José Carlos, meu irmão, postou há alguns dias uma interessante
comparação entre as manifestações populares de 1963 e de 2013, às quais resolvi
acrescentar esta introdução para aumentar o escopo e confirmar a tese de que a
humanidade tende a repetir erros históricos por falta de caráter ou de memória.
Na França, 14 de julho é
um feriado nacional conhecido como “Fête de La Fedération”, ou como a Queda da Bastilha em outros idiomas. O evento
provocou uma onda de reações pela França, Europa e por todo o mundo ocidental. Liberté, Egalité, Fraternité, o slogan
da revolução, ultrapassou o século XVIII e se tornou o grito de ativistas em
prol da democracia e da derrubada de governos opressores e tiranos em todo o
mundo.
Durante o reinado de
Luís XVI, a França passava por uma grande
crise financeira, desencadeada pelo custo militar, e exacerbada por altos impostos de um sistema injusto e
desigual que sobrecarregava o povo e só favorecia o rei e a nobreza, minoria privilegiada que não
ultrapassava 2% da população.
A burguesia, ou classe média, se reorganizou sob a
forma de uma Assembleia Nacional com o propósito de estabelecer uma
constituição. O rei, que a princípio se opôs, acabou obrigado a reconhecer o
poder da Assembleia Nacional Constituinte.
Paris estava à beira da insurreição e, nas palavras
de François Mignet, “intoxicada com liberdade e entusiasmo”, mostrando amplo
apoio aos anseios populares. A imprensa publicava os debates realizados na
Assembleia, e a discussão política acabou se espalhando para as praças públicas
e salões da capital.
Em 1963, tivemos as
LIGAS CAMPONESAS e TREINAMENTO EM CUBA. Os EUA eram o “inimigo capitalista”,
enquanto Che e Fidel eram amigos condecorados pelo presidente Jânio Quadros.
Jango, Brizola, Arraes, Julião e outros mais eram os fanfarrões. O presidente
comunistóide, casado com mulher bonita, fez o discurso da Central, incentivando
a desobediência dos sargentos. As notícias eram divulgadas por rádios, jornais
e uma TV incipiente.
Em 2013, temos o
MST, PT, CUT, CGT e ESTUDANTES EM CUBA. Os EUA ainda representam a “ameaça
capitalista”, enquanto Fidel, Evo, Maduro, Ahmadinejad et caterva são os amigos de hoje. Lula, Dilma, Dirceu, Renan,
Sarney e Cia. são mais do que fanfarrões. A presidanta posteficada, com a
popularidade despencando, é vaiada por prefeitos em Brasília, e articula greve
geral das centrais sindicais para protestar contra o seu governo (sic). As
notícias tem divulgação imediata pela Internet, redes sociais, TV de alta
definição por satélite, além do rádio e jornais.
Em ambos os casos, encontramos um governo de esquerda, populista, muito
incompetente e com o apoio de políticos fisiológicos e oportunistas,
sindicatos, esquerda festiva, conivência de religiosos (antes católicos
reacionários, hoje evangélicos mercenários), com oposição fraca, impostos
altíssimos e retorno da inflação, com a classe média pagando a conta e a nação à beira
da insurreição.
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Em 1789, foi a Bastilha.
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Em 1964, tivemos a Ditadura Militar.
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Em 2014, vamos escolher o quê ?
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