sábado, 24 de dezembro de 2011

O Ser Integral



[  Já não sou criança, embora às vezes aja como tal.
[  Ainda não me sinto velho, embora me perceba mais rabugento e com o alemão me paquerando.
[ Estou na “melhor idade”, aquela em que podemos fazer alguma coisa capitalizando a experiência e os aprendizados da vida: agindo aqui e agora.

[ Já fui romântico, piedoso, moralista, inconseqüente, sonhador, idealista; já pretendi reformar o mundo e me descuidei da minha casa...

[
Plantei árvores, escrevi livros e tive filhos, ou pelo menos minha esposa os teve.

[ Hoje, na esperança de ter conseguido sintetizar o melhor de tudo isso, quero ter apenas o otimismo realista de me sentir parte de Gaia e compartilhar os eventos da vida com todas as criaturas, até com os outros seres humanos.

[ Sou veterano, da geração que antecedeu os baby boomers, os yuppies e as gerações X e Y. Sou do tempo em que os homens traiam e as mulheres eram donas de casa. Quando se acreditava ser possível não misturar assuntos e sentimentos profissionais e familiares. Do tempo do super homem. Lembram-se da famosa frase: Não levo para casa os problemas do trabalho! Quanta ignorância.

[ Felizmente as coisas mudaram. Atualmente muitas pessoas e empresas já aceitam que o ser humano é uma pessoa integral, dotada de um corpo que quer viver, de mente desejosa de aprender, de um coração que anseia por amar, e de um espírito que necessita deixar um legado. Para tanto, precisamos ter visão, disciplina, paixão e consciência.

[ Aproveitando o clima de natal e as costumeiras resoluções de ano novo, façamos um exercício interessante, sugerido por Stephen Covey (8° Hábito):

1.     Para o corpo è imagine que sofreu um enfarto e sobreviveu; agora viva de acordo com isso;

2.     Para a mente è imagine que a meta da sua vida é de mais 2 anos; agora se prepare como decorrência disso;

3.     Para o coração è imagine que a outra pessoa pode ouvir tudo o que você fala dela; agora fale de acordo com isso, e

4.     Para o espírito è imagine que você tem um encontro pessoal com o Criador a cada trimestre; agora viva de acordo com isso.

[ A todos, desejo um Feliz Natal e convido para recitarmos o Pai Nosso...



ôNatal/2011

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ano Novo, Faxina Nova = HOUSEKEEPING


Depois que comprei um veleiro, aprendi a valorizar o espaço exíguo e a viver com muito menos quinquilharia que costumava acumular, como a maioria das pessoas. Nesta virada de ano, gostaria de desafiar os amigos leitores a comprovar que mais de 50% das tralhas que guardamos, mais atrapalha do nos favorece. Convido a todos para começar o ano com uma nova atitude de disciplina, limpeza e organização: o Housekeeping.

Em 1949, o Japão era um país empobrecido, sem lideranças e com um parque industrial obsoleto e sucateado pela guerra. Dr. Kaoru Ishikawa criou, em maio de 1950, um modelo prático para o combate às perdas e desperdícios a que deu o nome da Regra dos 5S.

Ferramenta poderosa e de baixo custo. Praticada com entusiasmo, ela iniciou o processo de transformação do Japão.  Seu poder e força concentram-se na união, na participação e na determinação de executar. Fusão da palavra latina SEI - senso em português - com palavras japonesas, as formações indicam a força da Regra dos 5S na busca de melhor qualidade.

A aplicação da regra dos 5S foi o primeiro movimento prático, cientificamente embasado, dos programas de educação para a Qualidade Total – TQM –, condição necessária para sobrevivência no mercado atualmente. Empresas do mundo inteiro já aplicaram com sucesso este processo que visa a manutenção da organização, arrumação, limpeza, padronização e disciplina dos ambientes.

Esse método também pode, com vantagens, ser aplicado na organização da nossa casa:

1. SEIRI = ORGANIZAÇÃO (desenvolvimento do senso de utilização):
        Reconhecer o que é desnecessário:
        Máquinas e equipamentos eletrônicos quebrados e velhos
        Equipamentos não utilizados no último ano
        Livros, revistas, jornais e catálogos antigos
        Peças e componentes usados (substituídos pela manutenção)
        Avaliar e decidir o que guardar, doar ou jogar fora?

 2.SEITON = ARRUMAÇÃO (desenvolvimento do senso de ordem)
        Quanto tempo nós demoramos procurando coisas ?
        Designar um lugar para cada coisa e manter cada coisa no seu lugar.
        Casa limpa = mente limpa !
        Quanto mais necessário, mais perto

3. SEISO = LIMPEZA (desenvolvimento do senso de asseio e limpeza)
        Limpar tudo imediatamente para ter sempre pronto.
        Bem-estar – Nós somos aquilo com que nos parecemos !
        Quanto maior for a limpeza, melhor será a nossa qualidade de vida.

4. SEIKETSU = PADRONIZAÇÃO (desenvolvimento do senso de sistematização)
        Há que se padronizar para manter a organização, a arrumação e a limpeza.
        Estabelecer um padrão é ter um modelo que serve de referência para todos !

5. SEITSUKE = DISCIPLINA (desenvolvimento do senso de força de vontade)
        Disciplina é a prática de bons hábitos para atingirmos a qualidade ambiental.
        É a capacidade do ser humano interiorizar as coisas como devem ser feitas, com o rigor do aprimoramento. É a liberdade de decidir fazer bem feito.


 – Feliz Ano

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O Cardume


O Cardume é um daqueles livros que nascem de um momento de inspiração divina, só pode ser isso. O livro é muito, mas muito bom. É excelente. Merece nota 10. Em qualquer estante, merece lugar de honra ao lado de outras celebridades literárias.
Frank Schätzing não me surpreendeu, ele me encantou com essa obra monumental (não só no formato, mas em conteúdo, principalmente). Um misto de ficção científica de primeira linha, com drama sociocultural-ecológico, ação, terror, tragédia ecológica em escala global, suspense, romance, espiritualidade... O livro é um compêndio literário de ciências naturais, tecnologia moderna e um conhecimento profundo da natureza. Só por isso, merece ser lido.
Mas não se assustem pelo tamanho do livro. Ele vale cada página impressa e cada centavo pago. A história engrena logo no começo, com uma narrativa fluente, cativante, viciante. Os termos técnicos e científicos são assimiláveis, pois são expostos de uma forma simples e bastante explícita pelo autor que não poupa linhas para explicar cada situação em curso. Com isso, Schätzing não deixa pontas sem nó. O livro é bem construído e a narrativa bem alicerçada. Tudo tem fundamento e sentido, nada acontece por acontecer. Os personagens são muitos e variados, e todos participam ativamente da narrativa. A história tem início na costa marítima do Peru e se desdobra para Vancouver, no Canadá, e para a bacia petrolífera da Noruega, passando pela Europa, Estados Unidos e Groelândia.
E não é só de blábláblá científico que vive O Cardume. Nas 910 páginas do livro tem muita informação atual sobre a natureza, principalmente sobre os oceanos e tudo o que vive nele, mas também vai ter, em igual proporção, romance, suspense, ação e terror em doses exatas, no tempo certo e, algumas vezes, em proporções globais.
O final do livro (pra dizer a verdade, o livro como um todo), é surpreendente. Não poderíamos esperar menos. Lembrou muito o final do livro Contato, de Carl Sagan, porém numa amplitude que aponta para a essência de Deus, numa visão tão bela que obrigatoriamente nos faz refletir sobre a forma como olhamos para o mundo ao nosso redor, e a forma como interagimos com o outro. Essa é apenas uma das muitas reflexões que podemos fazer, fatalmente, ao longo da leitura desse livro e que conduzem a uma conclusão muito particular, muito íntima. Certamente, uma experiência única.
Os direitos do livro já foram vendidos para Hollywood e, certamente, deverão resultar em mais um bom filme à altura de Abismo, Contato, O Dia Depois de Amanhã, 2012, etc.


Bene