domingo, 8 de setembro de 2013

Quando eu ficar velho...




Quando ficar velho, quero usar púrpura
Com chapéu vermelho, que não combina e fica ridículo em mim.
Vou gastar o dinheiro que tenho em uísque,
Usarei luvas no verão, e me queixarei que falta manteiga em casa.
Vou sentar-me no meio-fio quando estiver cansado.
Comerei todas as ofertas do supermercado.
Tocarei as campainhas dos vizinhos,
Arrastarei meu guarda-chuva nas grades da praça,
E só assim me sentirei vingado por ter sido tão sério durante a minha juventude.
Vou andar de chinelos, arrancar flores do jardim dos outros,
E vou cuspir no chão, usar roupas horríveis e engordar sem culpa.
Comerei um quilo de salsichas no almoço, ou passarei a semana com picles no pão. 

Mas, enquanto ainda sou jovem, tenho de ser sério,
Preciso de um tipo de roupa que me deixe seco em caso de chuva,
Tenho que pagar água, luz e aluguel, e não posso dizer palavrão na rua.
Preciso ler jornal e estar informado, sempre conectado,
E convidar meus conhecidos para jantar.
Por isso, quem sabe, eu não deveria treinar desde agora?
Assim, ninguém vai ficar chocado,
Quando, de repente, eu ficar velho
E começar a usar púrpura...

 
 

Adaptação de poesia traduzida por Lya Luft, e extraída  
do livro QUNDO ENVELHECER QUERO USAR PÚRPURA

 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Férias de outro mundo

 


Para comemorar nosso vigésimo aniversário de casamento, Myrta e eu decidimos viajar. O plano original, de Las Vegas e Vale de Sonoma, acabou evoluindo para Serras Gauchas e Vale dos Vinhedos. Bom, bonito e muito menos dispendioso.
Fizemos uma viagem maravilhosa, onde tudo correu bem, sem nenhum estresse. Raramente ultrapassamos os 80 km/h com o carro alugado, mesmo na BR, para aproveitar o clima e admirar a paisagem e as peculiaridades locais.
A sensação era a de que nos encontrávamos em outro país, limpo, disciplinado, ordeiro e com a prática diuturna da cidadania. As pessoas se mostram cordiais, sem servilismo. Os veículos param efetivamente nas faixas, respeitando a preferência dos pedestres. As praças são floridas e as ruas bem cuidadas. Os horários são cumpridos. As coisas funcionam e os sanitários são limpos. Não se encontra mendicantes nem cães vadios. Há uma mística compartilhada por todos de que “sempre haverá emprego para quem realmente deseja trabalhar”. Para quem não quiser trabalhar, a polícia “dá um jeito” (sic).
O bom tempo prevaleceu e a sensação térmica variou de 29° a 1°, sem falar que, no Mundo Gelado, experimentamos a dolorosa sensação de – 15°.
Passamos por uma dezena de lugarejos bucólicos, que em muitos aspectos fazem lembrar a velha Europa. Nossos pontos de hospedagem foram Nova Petrópolis, Canela/Gramado e Bento Gonçalves.
Conhecemos restaurantes imperdíveis: Colina Verde, Belle Du Vallais e Maria Valduga, cada qual com sua especialidade, mas todos igualmente notáveis.
Trouxemos poucos presentes, mas muitas lembranças agradáveis.
Recomendamos mais esse roteiro: SERRAS GAUCHAS.