domingo, 8 de setembro de 2013

Quando eu ficar velho...




Quando ficar velho, quero usar púrpura
Com chapéu vermelho, que não combina e fica ridículo em mim.
Vou gastar o dinheiro que tenho em uísque,
Usarei luvas no verão, e me queixarei que falta manteiga em casa.
Vou sentar-me no meio-fio quando estiver cansado.
Comerei todas as ofertas do supermercado.
Tocarei as campainhas dos vizinhos,
Arrastarei meu guarda-chuva nas grades da praça,
E só assim me sentirei vingado por ter sido tão sério durante a minha juventude.
Vou andar de chinelos, arrancar flores do jardim dos outros,
E vou cuspir no chão, usar roupas horríveis e engordar sem culpa.
Comerei um quilo de salsichas no almoço, ou passarei a semana com picles no pão. 

Mas, enquanto ainda sou jovem, tenho de ser sério,
Preciso de um tipo de roupa que me deixe seco em caso de chuva,
Tenho que pagar água, luz e aluguel, e não posso dizer palavrão na rua.
Preciso ler jornal e estar informado, sempre conectado,
E convidar meus conhecidos para jantar.
Por isso, quem sabe, eu não deveria treinar desde agora?
Assim, ninguém vai ficar chocado,
Quando, de repente, eu ficar velho
E começar a usar púrpura...

 
 

Adaptação de poesia traduzida por Lya Luft, e extraída  
do livro QUNDO ENVELHECER QUERO USAR PÚRPURA

 

Um comentário:

  1. Eu lembro de você primo, bem sério na juventude, até demais, quase virou padre.
    Mas já ta mais do q na hora de relaxar, usar púrpura sim, porque não, sou bem, hehehe mais nova que você e já faço tudo que me dá na telha... Vou te dizer, é bom demais...
    beijos

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