sábado, 23 de fevereiro de 2013

Chuvas de verão


Tudo bem que os serviços de meteorologia avisaram que mais uma frente fria estava subindo do Rio Grande do Sul; que a tórrida temperatura dos últimos dias iria amainar e que pancadas de chuva estavam previstas para o período da tarde do dia 22/02/2013.
Ocorre que caiu o maior temporal de todos os tempos, com mais de 150 mm de chuva em apenas uma hora, chegando a um total que superou os 250 mm, expectativa de uma quinzena.
Raios, trovões e muita água caindo do céu fizeram transbordar rios, rodaram barreiras e até uma estrada de primeiro mundo, construída com altíssima tecnologia e obras de contenção e prevenção foi sufocada pela lama que interditou túneis e matou gente na noite de sexta-feira.
Costumamos culpar os políticos pelas enchentes recorrentes de Santa Catarina, de Minas Gerais e das cidades serranas do Rio de Janeiro. Agora foi a vez da Rodovia dos Imigrantes, uma das melhores e mais modernas das Américas, que sobe a Serra do Mar e faz a ligação da baixada com a capital. O governador e o secretário assumiram a responsabilidade e asseguraram que as vítimas serão indenizadas. Teria sido possível evitar a tragédia?
Como explicar a voracidade da natureza, que a cada ano parece aumentar a ferocidade dos seus ataques com destruição e mortes. Estará a velha serra apodrecendo e rodando com as águas persistentes?  Ou será uma reação natural de Gaia, apenas cobrando um pouco do muito que lhe tem sido tirado pelo bicho homem?
Desmatamento, ocupação desordenada de encostas, poluição, desconhecimento e desrespeito a princípios básicos de higiene e segurança, imprevidência, desemprego, superpolução e, sobretudo a demagogia e o desinteresse dos poderes públicos podem se juntar num feixe de causas prováveis, mas nem sempre comprováveis.
Enquanto penso nas crescentes desgraças de tanta gente, buscando uma forma de otimizar recursos e ajudar os necessitados, passa-me pela cabeça o velho ditado italiano:

– Piove. Governo ladro !”

 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Petrus Romanus


Quando estudava no seminário diocesano, na década de 50, era voz corrente entre os religiosos que o último papa adotaria o nome de Pedro II. Depois disso, segundo a profecia de São Malaquias, viria a destruição de Roma e o fim da igreja católica.
Nesta segunda feira de carnaval, o mundo recebeu com surpresa o anúncio da renúncia de Bento XVI, que deverá se efetivar no último dia de fevereiro, dando início à vacância papal e ao início de um novo conclave para eleição do seu substituto.
A renúncia do papa, coisa rara no Vaticano, não me surpreendeu. O Cardeal Ratzinger, um conservador de direita, sempre foi mais um estudioso do que administrador, um homem de ideias, mas sem o múnus de governo.
O que me chamou a atenção foi a coincidência onomástica dos “últimos”. Pedro II foi o último imperador do Brasil, antes da nova ordem da República. Pedro II deverá ser o último papa, talvez antes da dominação fundamentalista do islã ou de outros adventos do Apocalipse.
De acordo com a profecia de São Malaquias, que escreveu 112 curtas frases latinas como lema dos papas que se seguiriam à sua visão em 1.149, o último papa seria Petrus Romanus, conforme listado a seguir:

103° – O Fogo Ardente -
São Pio X, O.F.S. (1903-1914) - Giuseppe Sarto ü
104° – A Religião Despovoada - Papa Bento XV, O.F.S. (1914-1922) - Giacomo Chiesa ü
105° – A Fé Intrépida - Papa Pio XI, O.F.S. (1922 -1939) - Achille Ratti ü
106° – O Pastor Angelical - Papa Pio XII, O.P. (1939-1958) - Eugenio Paccelli ü
107° – Pastor e Navegante - Beato João XXIII, O.F.S. (1958-1963) - Angelo Roncalli ü
108° – A Flor das Flores - Papa Paulo VI, O.F.S. (1963-1978) - Giovanni Montini ü
109° – Da Metade da Lua - Papa João Paulo I (1978) - Albino Luciani ü
110° – Do Trabalho do Sol - Beato João Paulo II (1978-2005) - Karol Jozef Wojtyla ü
111° – Da Glória da Oliveira - Papa Bento XVI (2005-2013) Joseph Alois Ratzinger ü
112° – Petrus Romanus - Pedro Romano - Papa Pedro II (2013 ?)

Resta saber se o cardeal a ser escolhido no próximo conclave terá a coragem ou a ousadia de escolher o nome de Pedro II.
Quem viver, verá.