domingo, 27 de novembro de 2011

Árvore de Natal - a tradição do pinheiro


O clima natalino não tem momento exato para chegar. Mas, para quem segue a tradição católica, a data certa para preparar a árvore é hoje,  27. O dia marca o início do Advento, período litúrgico de quatro semanas em que se dá a preparação dos católicos para o Natal.

"A árvore como símbolo do Natal nasceu no norte da Europa, quando, no inverno rigoroso da região, só o espruce (ou abeto) resistia verde", conta o padre Hernaldo Pinto Farias, assessor para a liturgia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). "As pessoas passaram a ligar a árvore que não sucumbia ao frio à esperança cristã e passaram a colocá-la dentro das casas, dando início ao costume", explica Farias. E sabe por que se usa uma estrela no alto do pinheiro? Ela simboliza a luz da estrela que guiou os reis magos em direção ao menino Jesus.

A montagem da árvore é um bom momento para ser dedicado à família, segundo Farias. Ele recomenda, ainda, que o presépio seja montado na mesma ocasião e que a atividade abra espaço para a reflexão sobre o sentido do Natal. "Hoje, a árvore tem um papel mais social do que religioso. Mas, ao reunir as crianças para montá-la, os pais podem aproveitar para explicar o verdadeiro significado do Natal".

Um símbolo da vida, a árvore de natal é uma tradição muito mais antiga do que o cristianismo e não é um costume exclusivo de nenhuma religião em particular. Muito antes da tradição de comemorar o Natal, os egípcios já levavam galhos de palmeiras para dentro de suas casas no dia mais curto do ano, em Dezembro, simbolizando  o triunfo da vida sobre a morte.

Os romanos já enfeitavam suas casas com pinheiros durante a Saturnália, um festival de inverno em homenagem a Saturno, o deus da agricultura. Nesta época, religiosos também enfeitavam árvores de carvalho com maçãs douradas para as festividades do Solstício de Inverno.

Na Europa, uma das tradições natalinas consiste em decorar um pinheiro com maçãs, doces e pequenos wafers brancos, representando a eucaristia. A Árvore do Paraíso, como é chamada, era o símbolo da festa de Adão e Eva, que acontecia no dia 24 de Dezembro, muito antes da tradição cristã do Natal. Hoje, a árvore não só representa o Paraíso como no início da tradição, mas também a salvação.

Feliz Natal !

sábado, 19 de novembro de 2011

ASSEMBLEIA DE ATEUS


Deus não existe, é uma criação humana para atenuar nosso medo da morte.

Com essa certeza em mente, temos de olhar para as religiões e ver o que elas podem nos ensinar. Não com suas doutrinas, mas com as técnicas que utilizam para divulgar suas mensagens – muitas vezes com o uso das artes – e com o sentimento de comunidade que constroem. Essa é a tese defendida em 274 páginas por Alain de Botton em seu novo livro, "Religião para Ateus", lançado pela editora Intrínseca. Esse suíço de 41 anos, autor de livros como "A Arquitetura da Felicidade" e "Como Proust Pode Mudar sua Vida", tem uma fala mansa, mas dispara críticas contra ateus radicais, universidades e, claro, religiões.

Sobre os ateus radicais, afirma que saíram perdedores em sua disputa desesperada contra as religiões. “O que eles oferecem em troca? A ciência não resolve algumas das necessidades que as pessoas têm: consolo, comunidade, moralidade, compreensão."

Botton não defende a volta às igrejas. "Isso não vai acontecer. Nunca retornaremos à ideia de que a Igreja terá uma verdade e será construído um muro em volta dela. Somos democráticos não apenas na questão política, mas também no campo das ideias. A verdade hoje é múltipla", afirma.

Qual a solução, então?

Botton acredita que, primeiro, o ser humano precisa admitir que é fraco e necessita de ajuda. "O mundo liberal criou em nós a ideia de que somos autossuficientes. Não é verdade. Precisamos de ajuda, de aconselhamento. Mas, se alguém nos oferece orientação, repelimos. Dizemos que não precisamos de babás, que não venham nos dar ordens."

Sobre as universidades, diz que ficaram técnicas demais e não ensinam as pessoas a viver. "Poderíamos ter aulas de como nos relacionar com os outros, por exemplo."

No livro, Botton usa seu estilo de ensaísta para discorrer sobre vários aspectos religiosos. Trata de obras sacras, de arquitetura, de grandes sermões e de textos como a Torá e os evangelhos.

Uma vez mais, porém, não foge à polêmica. "Há mais sabedoria nos livros de [Marcel] Proust que no 'Novo Testamento'. É um comentário herético, mas é verdade."

No entanto, reconhece a diferença de alcance e influência. "Quem lê Proust hoje? Só uma ínfima minoria. Já o 'Novo Testamento' continua a vender milhões de cópias."

Um ensaio, no mínimo, interessante!

Bene

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Chegamos a sete bilhões


A população do planeta chegou a 7 bilhões no dia 31 de outubro de 2011. É claro que se trata de marca apenas simbólica, pois a ONU assegura que as estatísticas são baseadas em bancos de dados cuja precisão oscila em torno de seis meses. Assim, o terráqueo de número sete bilhões pode ter nascido na Russia, India, Tailândia, Canadá, Grécia ou Tuvalu. A julgar pelas probabilidades, o evento deve ter ocorrido abaixo do equador onde as taxas demográficas são mais dilatadas do que no chamado primeiro mundo.
Assim como o ano novo não costuma trazer mudanças significativas, também essa marca deverá cair no esquecimento e as pessoas continuarão fazendo o que sempre fizeram, da mesma forma, como se as consequências de longo prazo não tivessem a menor importância.
Nos anos oitenta, quando discutia a questão demográfica em minhas aulas de economia, na Universidade de Taubaté – UNITAU – admitindo como limite uma população mundial de 8 bilhões, costumava questionar as altas taxas de natalidade do terceiro mundo que multiplicavam a pobreza e contribuiam ainda mais para a concentração de riqueza na Europa e nos Estados Unidos.
Hoje, assistimos a decadência do sistema econômico mundial, com sucessivas crises naqueles mercados e a falência do sistema financeiro criado em Bretton Woods no final da 2ª. Guerra. Em contrapartida, temos a ascensão dos BRICS (Brasil, Russia, India, China e Singapura).
Com demagogia e assistencialismo muito se fala da fome no mundo. Bilhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e sofrem toda a sorte de privações. E não é por escassez de recursos, o problema é de distribuição desigual. A produção mundial de alimento é mais do que suficiente para saciar a humanidade com 7 ou 8 bilhões. A questão que se impõe é que os produtores não tem o objetivo e nem a obrigação de satisfazer os pobres. Eles são empresários e oferecem os recursos àqueles que possam pagar por eles. O econômico é amoral. Não podemos acusá-lo de imoral, mas também não devemos esperar filantropia.
Quem desejar salvar o mundo, sejam pais de família ou governantes de países, deve concentar seus esforços na educação, indo além da pedagogia tradicional e ultrapassando o conhecimento meramente acadêmico e investindo no desenvolvimento e capacitação do ser integral, promovendo também o aprendizado das competências não cognitivas, com as melhores práticas de cidadania e vivência de valores (princípios universais) que devem ser resgatados.
Mais importante do que dar o peixe (bolsa família) é ensinar a pescar (educação técnica e profissional), passando da dependência do assitencialismo tradicional para a autonomia do empreendedorismo adequados à era de aquário, que já chegou.

Bene