sexta-feira, 22 de abril de 2011

Domine festinando me adjuva


Quando nasci, na década de quarenta, uma expectativa de vida otimista apontava os 60 anos. Estou me aproximando dos setenta, isso pode significar que já ultrapassei o prazo de validade e que deveria estar me recolhendo à natural tranquilidade dos longevos, cujo estereótipo reúne chinelos, pijama, tremores, falta de memória e cochilos diurnos no sofá diante da TV, frequentemente alvo de zombaria dos netos.
Pois comigo se dá o contrário. Tenho uma característica que os médicos classificam como doença, mas que prefiro chamar de bênção: hipertireoidismo. Possuindo um metabolismo naturalmente acelerado, sou ansioso, inquieto, intuitivo, não consigo ficar parado, seis horas de sono me bastam, leio um livro por semana, caminho diariamente, pedalo e velejo. Tudo isso sem fazer dietas ou aceitar restrições alimentares, uma vez que, ao lado de muita água, frutas, verduras e frutos do mar, também consumo livremente carnes vermelhas, gordura, bebidas e muito chocolate – sem remorso.
No feriado de hoje, 22 de abril, os cristãos comemoram a Sexta Feira Santa. As poucas pessoas que ficaram na capital ainda fazem preguiça às 10:30h porque até as padarias estão fechadas, o trânsito está quase inexistente e as funções religiosas são à tarde. Isso tudo faz com que eu me sinta na pasmaceira de um sossego incômodo. Já fiz café, passeei com os cães, li o jornal, abri meus e-mails e estou teclando a postagem de hoje.
Como estamos na semana santa e eu fui seminarista, lembrei-me do latinório utilizado nas cerimônias. Existe uma antífona bastante frequente que reza: “Deus in adjutórium meum intende! – R – Dómine adjuvandum me festina!”, que se traduz por: “Deus, vinde em meu auxílio. Senhor apressai-vos em vir ao meu auxílio”.  As más línguas afirmam que os preguiçosos cônegos de Roma mudavam a ordem e o sentido do responsório dizendo: “Domine festinando me adjuva” (Senhor vinde em meu auxílio para que eu me apresse).
Acho que estou me sentindo como os cônegos romanos.

Bene

terça-feira, 19 de abril de 2011

O SUCESSO ...


Rubem Alves, genial como sempre, escreveu uma crônica baseada em uma enquete enviada a pessoas de sucesso. Como a minha consideração pelos amigos leitores é bastante alta, repasso-lhes o questionário.

1)  Pense em uma pessoa bem sucedida pessoal e profissionalmente.
2)  Quais são os atributos dessa pessoa que a teriam levado ao sucesso?
3)  Agora, pensando em você, se tivesse que definir sua história profissional em três palavras, quais seriam?
4)  Quais diferenciais qualquer pessoa deve possuir para conquistar o sucesso em sua profissão?
5) Você deve ter acompanhado muitas pessoas que atingiram um reconhecimento em sua carreira, mas que, em pouco tempo, acabaram esquecidas. Quais os cuidados que um profissional deve tomar para que isso não ocorra?
6)  Que ações e atitudes você tomou em sua vida e que, na sua opinião, foram cruciais para o sucesso na carreira?
7)  Já houve momentos em que você pensou em desistir? Em que pensou que nada daria certo? Se sim, o que você fez para superá-los e seguir em frente?
8)  Se não fosse o que você é, o que gostaria de ser?
9)  Qual a lição mais importante que você teria para quem deseja afinar-se para o sucesso?
10) Para terminar, qual é mesmo a sua definição de sucesso?

Bene

Guarda ao banco*



Um coronel assumiu o comando de um batalhão e logo percebeu que sempre havia um soldado parado ao lado de um banco.
 Sempre que o coronel se aproximava, o soldado que estava ao lado do banco assumia a posição de sentido e prestava respeitosa continência ao oficial superior.
Depois de alguns dias, intrigado ele perguntou ao soldado o que ele fazia ali e teve como resposta: -  Coronel, sou o guarda do banco. O coronel chamou o sub-comandante e perguntou do que se tratava aquilo. E ele não sabia. Chamou o major da inteligência, ele também não sabia.  Ninguém sabia, nem o sargento que fazia a escala de serviço. Ouviu a mesma resposta: “-quando cheguei e recebi o trabalho, e o guarda ao banco estava na escala”.
Na semana seguinte houve uma festa no quartel e os reformados foram convidados. Após a festa, parada, leitura da ordem do dia, etc., os oficiais se reuniram no cassino para conversar e um antigo coronel que havia sido comandante dali ouviu o coronel contando o fato e ansioso por descobrir a origem do "guarda ao banco”.  Rindo, o homem explicou: -na verdade, fui eu quem deu a ordem para se colocar um guarda ao banco, mas era para ser apenas por um dia, pois o banco havia sido pintado e se alguém se sentasse poderia manchar a roupa.
Dizem que a história é real. Seria cômico, se não fosse trágico. Não é só nas forças armadas e no governo que coisas mínimas e episódicas se tornam obrigações permanentes. Essa mania do “sempre foi assim” engessa as empresas, complica as famílias e dificulta a vida das pessoas.
No mesmo diapasão, é bem conhecida a história da aposentadoria do ferroviário que dava marteladas nas rodas do trem...

·        História enviada pelo mano José Carlos 


sexta-feira, 8 de abril de 2011

Pobres & Ricos

A diferença entre os países pobres e os ricos não é a idade.
A diferença entre países pobres e ricos também não está nos recursos naturais disponíveis.
Executivos de países ricos que se relacionam com países pobres evidenciam que não existe diferença intelectual realmente significativa. A raça e a cor da pele tampouco são importantes: imigrantes qualificados como preguiçosos em seus países são a força produtiva de países  ricos.
Onde está, então, a diferença ?
A diferença é a ATITUDE das pessoas, moldada no decorrer dos anos pela educação e pela cultura. Ao analisar a conduta das pessoas nos países desenvolvidos e ricos, constatamos que a grande maioria segue  princípios fundamentais de vida:

  1. A ética, como princípio básico.
  2. A integridade.
  3. A responsabilidade.
  4. A obediência às leis.
  5. O respeito pelos direitos dos outros.
  6. O amor pelo trabalho.
  7. O esforço para poupar e  investir.
  8. O desejo de fazer melhor.
  9. A pontualidade.
10. A  visão de futuro.

Nos países pobres, apenas uma minoria segue esses princípios básicos em sua vida diária.
Não somos pobres porque nos faltam recursos naturais ou porque a natureza foi cruel conosco. Somos pobres porque nos falta atitude. Falta vontade para cumprir e assumir os princípios universais e atemporais das sociedades ricas e desenvolvidas. Somos o que somos porque nos falta vergonha na cara e força de vontade.
Provavelmente você é uma pessoa que quer fazer diferença e lutar para melhorar  a nossa sociedade.  
Os sentimentos provocam pensamentos. Os pensamentos geram atitudes. As atitudes criam hábitos. Os hábitos definem um estilo de vida. O estilo de vida é o reflexo do caráter.
Portanto, o caráter de um povo é o reflexo daquilo que ele pensa.
E seus representantes no governo, por isso, não devem pensar ou agir de modo diferente.

Nós somos o que pensamos e não
o que pensamos que somos.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

NE SUTOR SUPRA CREPIDAM*


Apeles foi um dos mais famosos pintores da Antiguidade, nascido em Cólofon, cidade grega, no ano de 352 a.C. Certa feita, segundo narra Plínio o Velho, escritor, naturalista e gramático romano, Apeles foi criticado com razão por um sapateiro pela maneira como pintara num de seus quadros um calçado. Porém, após esta crítica reconhecida pelo pintor grego como razoável, tomou liberdade o sapateiro de fazer novas censuras ao restante do quadro. Apeles permitia, no entanto, que o sapateiro apenas desse conselho relativo ao que lhe era conhecido, as sandálias, e então lhe dirigiu a famosa resposta: Ne sutor supra crepidamnão vá o sapateiro além da sandália.
Essa frase hoje em dia pode ser usada para recomendar a consciência salutar que as pessoas devem possuir de suas limitações próprias, e mais que isso, que cada um deve executar o ofício que para tal é competente. 
Quiçá fosse ouvido, entendido e seguido este provérbio, e não teríamos em diversos lugares, no governo, nas empresas e sobretudo nas escolas, nas faculdades, usurpadores incompetentes e insipientes, tentando ultrapassar o 'espírito de chinelo' que lhes são inerentes.

Bene