segunda-feira, 27 de junho de 2011

DIALETOS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO

 A fala popular brasileira apresenta uma relativa unidade, maior ainda do que a da portuguesa apesar das dimensões continentais do Brasil.
Há pouca precisão na divisão dialetal brasileira. Se você olhar mapas que retratem os movimentos das bandeiras, das entradas e dos tropeiros, verá que os paulistas tomaram várias direções, para Minas e Goiás, para o Mato Grosso, para os estados do sul. Tudo isso integrava a Capitania de São Paulo.
Era paulista a língua que se falava no Rio de Janeiro. Isso mudou em 1808, quando a população do Rio era de 14 mil habitantes e D. João VI chegou com sua Corte, cerca de 16 mil portugueses. E os cariocas começaram a chiar, como os portugueses de então. A cidade de Santos-SP também sofreu parte dessa influência, o que justifica o chiado do “s” e o emprego do “tu vai" (sic).

A primeira célula do português brasileiro surgiu em Minas Gerais com a exploração de pedras preciosas, quando bandeirantes paulistas, escravos, índios e europeus criaram um jeito de pronunciar que se espalhou pelo país através do comércio e outras formas.

Não existe a forma correta, nem um modo é superior a outro. O que ocorre são variações regionais que resultam de influências várias sobre o tronco original da língua portuguesa metropolitana mesclada com as indígenas e africanas. A língua culta é mais homegênea, próxima da forma escrita e sofre menos variações.

Os principais dialetos do português brasileiro são:
1.      Caipira - parte do interior do estado de São Paulo e de Goiás, parte do norte do Paraná, parte do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e sul de Minas Gerais – [arco, tarco e verva].
2.      Cearense - Ceará – [turi´ƒmo]
3.      Baiano - região da Bahia – [meu rei !]
4.      Carioca - cidade do Rio de Janeiro – [poisshh, merrrmo]
5.      Gaúcho - Rio Grande do Sul – [Bah, tchê. A galega tirou a guaiaca]
6.      Mineiro - Minas Gerais [Ô trem bão, sô. Chegamu di Belzontchi agorin messsmo]
7.      Nordestino - Estados do nordeste brasileiro (alguns estados como Ceará, Pernambuco e Piauí possuem diferenças linguísticas entre a capital e o interior). [eu gostcho]
8.      Nortista - estados da bacia do Amazonas, Tocantins tem um falar semelhante ao nordestino.
9.      Paranaense - Paraná., também é falado em algumas cidades de Santa Catarina e São Paulo que fazem divisa com o Paraná. [leite quente, dá dor de dente]
10.   Paulistano - cidade de São Paulo – [Pítiza boa é só na Moóca, mano!]
11.   Sertanejo - Estados de Goiás,Mato Grosso e algumas regiões do Paraná,apesar de o dialeto ter evoluído por causa da imigração forte em Mato Grosso, apenas Goiás permaneceu com esse dialeto. [o bicho queimô no pé] (a pessoa saiu rapidamente)
12.   Sulista - Estados do Paraná e Santa Catarina (a cidade de Curitiba tem um falar próprio, há ainda um pequeno dialeto no litoral catarinense, próximo ao açoriano), o oeste e serra catarinense sofrem influência do gaúcho, o norte catarinense e o vale do itajaí falam um dialeto com influências alemãs e o sul catarinense (mais precisamente em Criciúma) possui um falar bem parecido com o Italiano chegando a ser quase incompreensível em algumas regiões. (rápido e melodioso).

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O mundo é azul !


 – A Terra é azul!
Foi o que disse emocionado o primeiro cosmonauta, Yuri Gagarin, às 9h15h do dia 12 de abril de 1961, nove minutos após decolar da base de lançamento de Baikonur, no Cazaquistão. A nave Vostok I estava a 320 quilômetros de altitude, voando a 8 quilômetros por segundo (28 mil km/h) e saindo da estratosfera para entrar no espaço.
Naquele dia, eu tinha 17 anos. Era jovem, saudável e idealista.
Embora o Professor Mário Sérgio Cortella afirme que as pessoas não ficam velhas, mas ficam prontas, porque quem fica velho são automóveis, sapatos e geladeiras; o tempo passa e cobra tributo. Os músculos perdem a tonicidade, a cintura se avoluma, fica cada vez mais difícil perder peso e o vigor da juventude vai sendo substituído pela sabedoria da experiência.
No que tange à visão, a miopia tende a regredir, mas a presbiopia exige óculos de leitura depois dos 40. Aumento de pressão pode levar ao glaucoma e a senilidade é causa de catarata, que gradualmente vai embaçando e amarelando o campo visual e pode provocar a perda da visão.
Fiz a operação de catarata no olho esquerdo há três anos e tive alguns problemas na recuperação. O que deveria passar em 7 dias, prorrogou-se por mais de sessenta. Isso me levou a postergar a intervenção no segundo olho pelo tempo que foi possível. Nos últimos tempos, aumentaram as dificuldades de leitura, de visão noturna e de ofuscamento, fazendo com que eu aceitasse a inexorabilidade de uma nova cirurgia, o que se deu no último dia 21.
Para quem não conhece o procedimento, atualmente é muito simples e seguro, com uma pequena incisão não superior a 2 mm, por onde é sugado o cristalino opaco e substituído por uma lente sintética azulada (facoemulsificação).
Hoje, 24 de junho de 2011, 3 dias depois da cirurgia de catarata no olho direito, eu e a minha mulher aproveitamos a tarde ensolarada deste inverno quente, numa sexta feira de feriado prolongado, para dar uma escapulida até o Shopping Jardim Sul.
Como a operação foi exitosa, ao sair de casa, exclamei com igual entusiasmo:
 – O mundo é azul!
             
             Bene

segunda-feira, 20 de junho de 2011

CÉREBRO ELETRÔNICO

O neurocientista Miguel Nicolelis, ele próprio um futurologista de mão cheia, só não tem paciência com um tipo de ideia futurista: a de que os computadores acabarão desenvolvendo uma mente que replicaria a do homem.
"O cérebro humano não é computável, não dá para simulá-lo com um algoritmo [lista de expressões matemáticas]", diz Nicolelis. Ele se arrisca a prever que nenhum avanço teórico ou tecnológico vai mudar isso. "É quase como a velocidade da luz na física", compara: um limite que, por definição, não pode ser ultrapassado.
Em "Muito Além do Nosso Eu", livro de divulgação científica do pesquisador que está chegando agora ao Brasil, Nicolelis explica o porquê: o cérebro, diz ele, tem um ponto de vista, diferentemente das máquinas de silício.
Para o brasileiro, o órgão cria ativamente o mundo que percebemos, em vez de recebê-lo passivamente pelos sentidos. Estaria mais para simulador de realidade virtual do que para câmera digital.
Definitivamente, cérebro eletrônico é uma expressão inadequada.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O Macaco Nu

Uma tartaruga, logo que nasce já sai instintivamente em direção ao mar e começa a nadar. E fará isso pelo resto de sua longa vida, que pode chegar a 200 anos.

O ser humano, ao nascer, é totalmente dependente do seu semelhante. Demora para andar e demora muito mais ainda para se tornar autossuficiente. Porém, quando ele começa a andar, desenvolver a linguagem e aprender a pensar, não para mais de evoluir, de maneira progressiva e ilimitada. Evolução esta que só termina com a sua morte.

Comparando o ser humano com outras espécies, ele é, de maneira geral, o animal com os órgãos dos sentidos menos desenvolvidos (audição, visão, tato, paladar e olfato). Não possui tromba, garras, e nem pelagem suficiente para sua proteção.

O que nos diferencia das outras espécies é a fascinante capacidade de elaborar pensamentos complexos e da estruturação da linguagem através das palavras. A capacidade humana de pensar e comunicar tais pensamentos aos nossos semelhantes permitiu que obtivéssemos um avanço extremo na escala evolutiva e um domínio avassalador sobre as demais espécies do planeta.

O lamentável é que nós descemos das árvores, aprendemos a andar, descobrimos o fogo e dominamos o átomo, conquistamos o espaço sideral e nos tornamos os senhores da natureza, mas não conseguimos viver em paz, domar a inflação, eliminar a injustiça e nem acabar com a miséria!



Bene

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Como sou

"Sou como você me vê...
posso ser leve como uma brisa

ou forte como uma ventania.

Depende de quando e como

você me vê passar."

                                      (Clarice Lispector)