sábado, 13 de agosto de 2011

Dia dos Pais

No dia 13 de agosto de 1971, dia dos pais, estávamos reunidos para o costumeiro almoço dominical quando meu pai fez o seguinte comentário, repetindo uma frase dita por Amador Aguiar, que também não deve ter sido o seu autor: Ensinai às crianças e não precisareis punir os adultos”.

Quarenta anos são passados e a humanidade parece não ter melhorado em nada, pelo contrário. Doutor Badaró, meu guru na Faculdade de Direito de Taubaté, costumava dizer que “todos nós, todos os dias, cometemos pequenos delitos que não são punidos porque não somos apanhados”.

Quantos paladinos da moralidade já não ofereceram propina, ainda que fosse aquela nota de dez ou de cinquenta enfiada no bolso de um garçom para assegurar um atendimento especial durante um evento qualquer. Quantos pais, diante de filhos pequenos, já não mandaram dizer que não estavam em casa. Como exigir que tais crianças digam a verdade, se elas aprendem desde cedo a regra do faça o que eu digo...

A gentileza de levar uma maçã para a professora não seria uma forma primária de corrupção?  E aquela nota de 50 mal disfarçada no meio dos documentos que entregamos ao policial rodoviário?  A tal “lei de Gerson” faz com que todos gostemos de levar vantagem em tudo. Isso pode ser tudo, menos a prática de boa cidadania. Cidadania que deveríamos aprender no lar, na escola e na sociedade.

Os homens públicos deste e de outros países passam bem longe de serem modelos de cidadania.

A cidadania ensinada na escola não chega a discutir a corrupção, porque é incômodo para os pais, professores e governantes.  Preferível falar de meio ambiente, de homofobia ou ensinar a “não atirar o pau no gato”.

Precisamos separar tempo de aula – que está sequestrado por trigonometria e tabelas periódicas – para que a meninada pense no que seus pais e eles já fazem e que perpetua a corrupção.

Apesar das promoções do comércio, acredito que pais e filhos estão merecendo mais um puxão de orelhas do que comemoração e parabéns.

Afinal, hoje estamos presos a um ciclo perpétuo onde filho de corrupto, corruptinho é.


Bene

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Diversidade no ambiente de trabalho

Com o advento da globalização e das modernas tecnologias mudou a forma, mas não a essência do nosso ambiente profissional. As empresas têm a sua função social sim, mas não permanecerão no mercado se os acionistas não estiverem satisfeitos com o resultado financeiro.

No pós guerra, com a chegada dos baby boomers, o ambiente empresarial não era muito diferente do tempo dos nossos avós. "Manda quem pode e obedece quem tem juízo". Pessoas com integridade e sólidos valores familiares almejavam progredir e permanecer por muito tempo na mesma empresa. Se pudessem se aposentar e ganhar um relógio de ouro, teriam atingido a sua ambição máxima.

Hoje, existe um gap de gerações trabalhando simultaneamente em um ambiente multicultural.

Ao lado de alguns seniores remanescentes da velha geração (até 1949), temos os comportados boomers (1950<>1959), a geração "X" (1960<>1979), contemporânea de Woodstock, com desagregação familiar, liberdade sexual e irreverência; e a geração "Y" (1980<>1999), que nasceu com a Internet, filhos únicos de família mononuclear, babá eletrônica (TV), pragmáticos, hedonistas e independentes. Estes não têm medo de cara feia, respeitam só aqueles em quem acreditam e cujos valores acham que podem compartilhar. E vem aí a nova geração do milênio (pós 2000).

Nosso grande desafio é o de entender e termos capacidade de nos comunicar de formas diferentes, com as várias tribos, para obter os desejados e necessários resultados preconizados pelas empresas, que, para se manter no mercado, têm que satisfazer pessoas: clientes, colaboradores, capitalistas e comunidade.