segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

CHORAR É GOLPE BAIXO


Atenção, mulheres, está demonstrado
pela ciência: chorar é golpe baixo!


As lágrimas femininas liberam substâncias, descobriram os cientistas, que abaixam na hora o nível de testosterona do homem que estiver por perto, deixando o sujeito menos agressivo.

Os cientistas queriam ter certeza de que isso acontece em função de alguma molécula liberada -e não, digamos, pela cara de sofrimento feminina, com sua reputação de derrubar até o mais insensível dos durões.

Por isso, evitaram que os homens pudessem ver as mulheres chorando. Os cientistas molharam pequenos pedaços de papel em lágrimas de mulher e deixaram que fossem cheirados pelos homens.

O contato com as lágrimas fez a concentração da testosterona deles cair quase 15%, em certo sentido deixando-os menos machões.


F
Veja-Ciência, 7 de janeiro de 2011


Vela mestra



Os sonhos, em geral, vêm de través. É por isso que aceitar a estranha idéia que um barco ande para frente empurrado por um vento que não vem necessariamente de trás é compartilhar daquele sonho de realização que toca a humanidade há quase tanto tempo quanto sopra o próprio vento. Justamente por ser cinematográfica, a visão de uma vela mestra, grande, branca e despudoradamente grávida de vento é fantasia para ninguém reclamar.
Sol, vento, água, muita água, dentro e fora de latinhas e cabeças. Tudo tão intenso, tão presente a tal ponto que um balanço ocasional ou uma inclinação quase permanente, insólitos para um mundo de gravatas e esquadros, não conseguem destruir (na verdade, até alimentam) a fantasia de velejar o sonho além da mente, só encontrando limites na borda da Terra que, sob a ótica da Igreja Medieval e do seu contemporâneo saldo bancário, é sempre plana. Finis terrae...
Mangalarga faz mais do que resistir ao sol. Ele o encara, nutre-se dele. Fome, lanche, lancha, até que cruzamos uma, numa manobra que torna difícil para os habitantes de uma embarcação movida à pressa resistir ao risível de um veleiro com nome de cavalo. O manguinha não cora nem se abala com a risada fácil dos lancheiros cervejeiros. Ele bem sabe a diferença entre ter muito dinheiro e pouco trabalho e vice-versa. E é assim, fácil, que ele desliza com a autoridade de quem o faz por escolha, emprestando do vento só a força, e fazendo a própria direção.
Um vaso sanitário nos lembra que, especialmente em veleiros pequenos, não há lirismo que resista à vontade de fazer xixi. Professoral, um marinheiro de várias viagens explica a estes, de primeira, que é um vaso químico (um pinico tecnológico), que deve ser usado com parcimônia e que depois terá que ser esgotado em terra. Não se trata de um vaso hidráulico como nas lanchas e veleiros maiores. Ah, isso muda tudo, um vaso hidráulico, uma tralha que entrega ao mar o produto da fantasia. Um lugar profano e quase sagrado onde homem faz xixi sentado, como diria o Comandante Yamandu. Olho para o vaso e entendo que o mar, como os sonhos e os papéis, é generoso, tolera. Não será ele a destruir uma fantasia bem nutrida rejeitando o resultado de uma prosaica cerveja. Mas, no Mangalarga, preserve o ambiente de bordo e use a natureza. Que beleza.
Há quem diga é que preciso ter a cabeça cheia de vento para achar graça numa vela idem. Essa impressão desfaz-se quando a cabeça em questão é a sua e, principalmente, quando entre ela e o nada há um veleiro, um amor e um sonho, riquezas que não precisam respeitar qualquer ordem entre si, mas que, necessariamente, compartilham da mesma intensidade.
E têm sido assim, suave, virtualmente perfeito, como é peculiar aos sonhos e outros amores. Se no próximo verão, navegar com o Mangalarga, se vai ser bom desse tanto, realmente não sei. Por enquanto, felicidade é saber que aquela grande vela branca, apesar de ser mestra e ceder somente ao vento, no final serve mesmo ao sonhador.
Benê-Mangalarga-080618

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Moeda

Com a possível exceção de Tio Patinhas, ninguém deseja a moeda pela moeda.

Moeda é apenas um instrumento de troca. Tecnicamente, não é um bem econômico na medida em que não satisfaz diretamente as necessidades humanas. Cercada de misticismo, cobiçada por muitos, utilizada por todos, frequentemente está associada a crimes e fraudes quando se observa alguém enriquecendo da noite para o dia.
A palavra moeda deriva do nome da deusa Juno Moneta, porque os denarius (dinheiro) da Roma antiga eram cunhados ao lado do templo da deusa.
Nos primórdios da história as diferentes necessidades eram satisfeitas através do escambo, da troca direta. Como nem sempre era fácil encontrar duas pessoas com necessidades reciprocamente coincidentes, alguns bens duráveis e de uso geral foram adquirindo naturalmente a função de intermediário das trocas. Assim nasceu a moeda mercadoria –  peixe seco, fumo, conchas, penas, bois, esposas, etc. Evoluindo para a durabilidade, homogeneidade e praticidade, chegamos à moeda metálica – ferro, bronze, cobre, prata e ouro. Consta que na China, a primeira moeda foi cunhada no século VII a.C.
Na Idade Média, aparece a moeda papel (lastro metálico = 100%), na forma de certificados de depósitos efetuados em ouro em uma cidade e resgatados junto a um ourives de outra cidade. O transporte e guarda desses papéis era muito mais prático e seguro do que as barras do metal.
Quando os ourives depositários, judeus em sua maioria, perceberam que seus estoques de metal permaneciam grandemente ociosos e apenas uma pequena parte era resgatada em espécie, passaram a emitir recibos resgatáveis, sem a efetivação de novos depósitos, dando origem ao papel moeda (lastro <100%). Esses foram os primeiros banqueiros.
Atualmente, depois que os EEUU romperam unilateralmente o acordo de Bretton Woods (1944-1998) que mantinha aquele país como depositário do lastro ouro de muitos países que se valiam do dólar americano como papel moeda internacional, deixou de existir qualquer relação entre o papel moeda emitido pelos governos e seu estoque de ouro, chegando-se à atual moeda fiduciária, que tem circulação legal forçada e depende apenas da confiança do público no sistema econômico.
As principais funções da moeda são: meio de troca, unidade de conta ou denominador comum de valores, reserva de valor no tempo e espaço, instrumento de pressão política e econômica, liberatória de dívidas.
O conceito genérico de moeda remete ao que se denomina tecnicamente de meios de pagamento: M1 = moeda em poder do público + total dos depósitos bancários à vista.
Inflação, ou aumento geral dos preços, corresponde à perda do poder de compra da unidade monetária.
Por hoje é só.
Bene

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Romance na era das fêmeas alfa


Será que o fato de as mulheres estarem mais poderosas está arruinando a possibilidade de romance?
A atração sexual no século 21, ao que parece, ainda se alimenta de estereótipos do século 20. Há um exército crescente de mulheres com mais de 30 anos e bem sucedidas que têm dificuldades em encontrar parceiros, imortalizadas pelo “Sex and the City” e pelos romances de Bridget Jones.
Há mulheres-alfa que ficam com homens-alfa, mas depois, quando chegam os filhos, decidem colocar a carreira em segundo plano. Mas há um terceiro grupo: um número pequeno, porém crescente, de mulheres que ganham mais que seus parceiros, gerando um tipo de contorcionismo comportamental para manter as aparências dos papeis tradicionais dos sexos intactas.
Anek Domscheit-Berg, da Microsoft da Alemanha, que viu vários paqueras fugindo após lerem a palavra “diretora” (de comunicações) escrita em seu cartão profissional, explicou assim: “O sucesso não é sexy”.  Os homens não querem mulheres bem sucedidas, eles querem ser admirados”, disse ela. “É importante para eles que a mulher esteja cheia de energia à noite e não brincando com seu BlackBerry na cama.
Então as mulheres ambiciosas estão condenadas a ficarem solteiras? Ou as coisas estão mudando com o crescimento do número de sucessos femininos?
 Quanto mais diferente for a atividade deles, melhor”, disse Domscheit-Berg, “porque torna a comparação imediata mais difícil”. De fato, no “Sex and the City”, Miranda, a advogada, eventualmente encontra felicidade com Steve, garçom que já fingiu ser médico, tornou-se pai e não se incomoda com seu sucesso.
FOLHA DE SP.2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Rio 45°


No dia 10/02/11, na cidade do Rio de Janeiro, os termômetros indicavam a temperatura de 40° enquanto a população enfrentava uma sufocante sensação térmica de 45° devido à baixa umidade e ausência de vento.
Esse é mais um efeito local da mudança climática global que se observa nos últimos tempos. Nevascas, chuvas, inundações, desmoronamentos, seca, terremotos, vulcões, desertificação, elevação do nível dos mares, redução de geleiras e outras manifestações da natureza mostram que o mundo já não é o mesmo dos nossos antepassados. São Paulo também não é mais a terra da garoa.
Segundo os estudiosos, a espaçonave Terra não comporta mais de 8 bilhões de pessoas. E estamos chegando lá!
Meu professor de Economia, citando Malthus, profetizava: “nesse ritmo de crescimento, se os nossos filhos ainda tiverem água para beber, provavelmente os nossos netos não terão terra para deitar”.
O progresso desenfreado, desmatamento, combustíveis fósseis, aumento das cidades e do consumo, ocupação irregular do solo, falta de planejamento e de ações governamentais adequadas, tudo isso está levando o planeta, nossa mãe Gaia, à exaustão.
Não, o mundo não vai acabar em 2012, como preconiza o calendário Maia. O mundo não acaba. O planeta já suportou várias eras glaciais, desérticas e tórridas. Assim como os dinossauros e mamutes foram extintos, também a raça humana não tem um horizonte de vida muito largo. Não se trata de indagar “se”, mas de decidir “quando” chegará o apocalipse com as nossas ações no aqui e agora. O ser humano não poderá impedir o final da espécie, mas pode acelerar ou retardar a data fatal com medidas que ainda estão ao nosso alcance.
Nossos filhos e netos merecem uma herança melhor.
Procure saber o que você pode e deve fazer para ajudar a implantarmos uma política de sustentabilidade já !

Bene

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Mermaids Farmers - O retorno

Mermaids Farmers

Passei o dia 10/02/11 na Ilha das Palmas, com seis mulheres.
Calma pessoal, lá estava a minha mulher, a filha, uma sobrinha e mais três amigas, todas elas fazendeiras do facebook.
Para deixá-las tranquilas no papo de praia e piscina, resolvi ir pescar, uma vez que o Clube de Pesca de Santos fica na pequena ilha com acesso exclusivo por mar.
 Para tanto, levei uma varinha telescópica e meia dúzia de iscas artificiais.  Incrível como os chineses fazem uns peixinhos e camarões de silicone tão perfeitos, capazes de enganar a gente e os peixes também. Tudo isso sem a “meleca” de manusear iscas naturais e do cheiro de carniça que costuma aparecer no final das pescarias.
Depois de quase duas horas ao sol e duas iscas artificiais perdidas, fisguei um robalo peva de uns 25 cm. Tudo bem que alguns “amigos” digam que nem chegava a 20 cm.
Passada a emoção inicial de sentir a fisgada, ao retirá-lo da água fiquei melancólico. Tirei a criatura do anzol com todo o cuidado e o soltei novamente no mar.
Recolhi a tralha, encapei a vara e fui tomar cerveja.
Acho que estou ficando velho, mole e sensível.
Certas estão as minhas amigas fazendeiras virtuais.
Mais fotos, no facebook.
Belíssimo o show da vida!

Bene

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A TORRADA QUEIMADA*


Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar. E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho, muito duro.  
Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, lingüiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia, na escola. Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geléia e engolindo cada bocado. Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada.  E eu nunca esquecerei o que ele disse:
– Adorei a torrada queimada...     
Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me disse:
– Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias!  
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros. Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir um as falhas do outro. Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando. Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso, de tão limpo. Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu. Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo você tomava banho rápido, sem reclamar.    
A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apóia, eu e ela nos completamos. Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto temos os dois presentes. Não que mais tarde, o dia que um partir, este mundo vá desmoronar, não vai. Novamente teremos que aprender e nos adaptar para fazer o melhor.  
De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com amigos. Então filho, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com quem dedica o precioso tempo da vida, a você e ao próximo.

* Esse episódio, relatado por meu irmão José Carlos, é mais uma evidência da “ética de caráter” do nosso Pai Nino, que tentei descrever e homenagear com o livro “Vamos Ver...”

Bene

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sem vento nem motor


Ontem, numa linda manhã de sábado, com sol e céu azul, recebi os amigos Fernando e Renata para lhes mostrar o nosso veleiro Mangalarga.
Não fosse pela ausência de ventos, a previsão do Windguru prometia um mar de almirante, ideal para uma primeira navegada.
O motor, que ficou sem funcionar por mais de um mês, demorou um pouco para pegar, deu trabalho ao marinheiro Chico, mas funcionou aparentemente bem.
Com as tralhas e provisões a bordo, após um sumário check-list, partimos por volta de meio dia, com a intenção de fazer uma velejada curta. Ocorre que a tal Lei de Murphy funciona sempre. Logo que saímos, o motor apagou e não pegou mais.
Como estávamos no meio do canal e havia pouco movimento, resolvi aproveitar algumas rajadas de vento fraco que sopravam de NE para dar o meu showzinho particular, continuando o passeio apenas com o uso das velas nas proximidades da marina. O primeiro bordo foi sensacional, suave, sem perda de seguimento e sem batida da retranca – coisa de mestre!
Subindo o canal com a maré, barco ligeiramente inclinado com velas a boreste e já com bigodes perceptíveis na singradura, eu começava a dar as instruções básicas de vela aos meus convidados. A intenção era prosseguir até o largo do Candinho e retornarmos para o almoço.
Ao preparar um jibe nos afastamos do meio do canal devido à aproximação de uma lancha e foi aí que Murphy se fez presente. O vento acabou. Ficamos à deriva e a embarcação encalhou no mangue.
Depois de algumas tentativas de usar a genoa nas rajadas para livrar a proa, de bombadas no leme e remadas infrutíferas, meu convidado entrou na água e ajudou a empurrar o Mangalarga enquanto chegava em nosso socorro uma lancha para reboque.
O fiasco, longe de se tornar um vexame, foi motivo de animada conversa no aperitivo e no almoço.
Pelo visto, os meus novos amigos não se deixaram assustar e continuam bastante animados a fazer um charter de um veleiro maior e mais confortável – com um bom skipper e motor revisado, é claro!

Bene

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Lições de Vida


O mundo seria quase perfeito se todos nós fôssemos capazes de cumprir apenas os 10 Mandamentos:
1º -  Amarás a Deus sobre todas as coisas.
2º -  Não usarás o nome de Deus em vão.
3º -  Guardarás  domingos e dias santos. (trabalharás e produzirás nos demais, sem preguiça).
4º -  Honrarás pai e mãe (e os outros legítimos superiores).
5º -  Não matarás. (nem cometrás violência contra os semelhantes).
  6º -  Guardarás castidade nas palavras e nas obras.
 7º -  Não furtarás. (nem injustamente reterás ou danificarás os bens do próximo).
     8º -  Não levantarás falsos testemunhos.
    9º -  Não desejarás o cônjuge alheio.
   10º- Não cobiçarás as coisas do outro.

Mas, como bem conhecia as nossas limitações, Jesus ainda resumiu esses preceitos a apenas 2:

1.     Ama a Deus sobre todas as coisas, e

2.     Ama ao próximo como a ti mesmo!


Prepare seu melhor sorriso, vista uma boa roupa, saia de casa e seja feliz. O mundo pode não vir com um laço de fitas, mas é o nosso grande presente. A humanidade será mais ou menos bela, dependendo daquilo que cada um de nós puder fazer por ela (e por nós mesmos).

Bene