sábado, 22 de dezembro de 2012

2012 - Mundo Velho



“Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar... ...beijei a boca de quem não devia, peguei na mão de quem não conhecia, dancei um samba em traje de maiô, e o tal do mundo não se acabou... “ trecho de sucesso musical de Adriana Calcanhoto, anos atrás.
Bem no estilo malandro e hedonista de quem gosta de levar vantagem em tudo, os versos acima podem nos ajudar na reflexão deste fim de ano, no resgate de quem somos e daquilo de bom que ainda existe em cada um de nós.
O mundo não acabou, apenas estamos atravessando uma fase transitória de mudança do centro energético do planeta, que já esteve na Atlântida, no Tibete e caminha para a Patagônia. E durante essa transição, experimentamos efeitos desagradáveis como desorientação pessoal, criminalidade, crise vocacional, variações climáticas exacerbadas, terremotos, maremotos, ausência de valores e até a inexplicável supremacia política do PT. Mas, tudo isso é passageiro.
Estamos no limiar do que se pode chamar de Era de Cristal, despedindo-nos de Peixes e já antevendo Aquárius. Ainda teremos uns meses confusos, mas a partir do segundo trimestre de 2013, as pessoas começarão a se sentir melhor e a agir segundo novos paradigmas: mais conscientes, responsáveis e solidárias, mais preocupadas com o ECO do que com o EGO, com o altruísmo substituindo o egoísmo, mais interessadas em SER do que em TER, adotando valores coletivos e retomando a sintonia com Gaia. Nossa turma já está fazendo isso.
Assim, que o sentido do Natal, independente de confissão religiosa, seja o de um (re)nascimento de cada um de nós, disposto a exercitar o melhor das nossas competências para o esforço coletivo de construir um mundo melhor, mais humano, mais justo, pacífico, solidário e sustentável.
O mundo não acabou em 21.12.2012, mas e se tivesse acabado? Estaríamos com a nossa missão cumprida e com as contas em dia para enfrentar um juízo final?
Se a resposta for sim, ótimo. É só continuar como você é.
Se a resposta for não, também é ótimo porque ainda temos tempo para mudar e a oportunidade para fazer diferente de hoje em diante.
Meus queridos amigos, desejamos a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo no mundo velho.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Evolução = tempo e movimento



O ser humano sempre sentiu a necessidade de se locomover.
A noção de tempo que possuímos é derivada do movimento. Afinal, um dia nada mais é do que o resultado de um giro terrestre sobre o seu próprio eixo, que convencionamos chamar de 24 horas.
Grande parte da evolução da humanidade está associada à necessidade de movimento do ser humano. Desde a era do Homo sapiens, andar e nadar foram as únicas formas de locomoção em mais de 90% da história da humanidade.
Exaustivo e lento, esse meio de transporte seria aprimorado por volta de 10 mil A.C., quando nossos ancestrais improvisaram o primeiro trenó, com gravetos, folhas de palmeiras e peles de animais.
Utilizando a princípio troncos flutuantes, mais tarde transformados em toscas canoas, as embarcações evoluíram ganhando mastros e velas.
Rolando pesadas cargas sobre troncos, o homem primitivo teve o insight para descobrir a roda.
Antigos registros de Ur, na Caldeia da Mesopotâmia, atual Iraque mencionam o uso da roda.
Acoplando as rodas à estrutura dos trenós, foram criadas as primeiras bigas, carroças ou carruagens.
Muito tempo depois, valendo-se de experimentos árabes e chineses relatados por venezianos, os portugueses aperfeiçoaram as caravelas, que conseguiam navegar em quase todas as direções, graças às velas latinas.
Com a descoberta da máquina a vapor, que deu início à revolução industrial, aparecem na Europa as primeiras locomotivas, que superavam 20km/h e suscitavam dúvidas quanto à capacidade do ser humano suportar tais velocidades (?). Também podemos relatar as primeiras experiências com balões, em 1709.
Os motores de combustão interna, a despeito da enorme perda de energia, foram uma descoberta revolucionária. Daimler e Benz, engenheiros alemães, produzem um carro movido à gasolina que, em 1885, atingia 15 km/h. Cinco anos depois, apresentam o motor a óleo diesel. Embora os automóveis apresentem melhorias contínuas e cheguem a 300 km/h, a essência dos motores pouco mudou.
A grande conquista do século XX pode ser considerada a chegada dos aviões e dos foguetes siderais.
No início do século XXI, a discussão gira em torno da sustentabilidade. Novos combustíveis e novas tecnologias estão sendo testadas: biocombustíveis, eletricidade, hidrogênio, magneto, etc.
Nos próximos tempos teremos a continuidade do show de tecnologia embarcada que produz carros inteligentes que estacionam sozinhos, “enxergam” obstáculos e reduzem automaticamente a velocidade, passíveis de destruição progressiva para proteger os passageiros no habitáculo, etc.
Monotrilhos magnéticos, freios eficazes, veículos econômicos, silenciosos e não poluentes, assim como luzes que iluminam, mas não ofuscam, são alguns itens da lista de novidades que já chegaram.
Parece não haver limite para a evolução do ser humano. Cada descoberta é matriz fecunda para novas invenções. No último século o incremento foi maior do que durante toda a história da humanidade. E na última década se fez mais do que no último século.
Agora estamos fazendo futurologia, mas com o advento das copiadoras 3D, que já são uma realidade, tecnicamente estamos muito perto do teletransporte.

Isso tudo, se a previsão dos Maias estiver incorreta !

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Consciência Negra


Hoje, terça-feira, 20 de novembro é o último dia do feriadão prolongado que teve início na última quinta-feira, dia 15 de novembro. Milhões de brasileiros enforcaram a sexta-feira e a segunda-feira ao promoverem a famosa “ponte”.
Bem, acredito que o país deixou de produzir alguns milhões de dólares nesses cinco dias, em que pesem as benesses do lazer prolongado, de praias cheias e do fato peculiar da enorme economia de cafezinho e de energia elétrica em todas as repartições públicas do país, que permaneceram fechadas. Menos mal.
Bem, vamos ao tema e à razão do feriado de hoje: Consciência Negra. Ainda não entendi bem se o seu significado maior é homenagem e reconhecimento merecido aos nossos irmãos afrodescendentes, ou se trata de uma condenação, ainda que inconsciente, aos bandidos, criminosos, políticos e outros que não tem a consciência limpa.
Assumindo a razão oficial de reconhecer a ação de Zumbi dos Palmares e do Movimento Negro, ainda questiono a validade de mais um feriado num país carente como o nosso, que afirma ser o sexto ou sétimo PIB mundial, mas ostenta um IDH com mais de uma centena à sua frente. Vergonha!
Não questiono a importância do tema ou o mérito dos homenageados, assim como reconheço o valor insuperável de mães e pais. Ora, se comemoramos o Dia das Mães no 2° domingo de maio, e o Dia dos Pais no 2° domingo de agosto, por que não poderíamos comemorar a Consciência Negra no 2° domingo de novembro, com o mesmo brilho e sem matar mais um dia de serviço?
Quando perguntei a uma amiga quando seria o dia da consciência branca, ela me respondeu de pronto:
 – E isso existe, por acaso?

 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Trem Bala


Discutido há uma década, argumento para viabilizar a copa, destaque do PAC, o projeto ainda não saiu do papel e, com certeza será mais uma falácia do demagógico governo petista.
O transporte ferroviário de passageiros no Brasil, que está sendo discutido pela TV Globo no seu noticiário diário, está literalmente falido sob as benesses de um estado omisso que é cúmplice do lobby das empresas automobilísticas e petrolíferas que compraram e sucatearam as ferrovias em benefício do seu segmento.
Por onde andam os majestosos “trens de aço” da RFFSA que faziam a linha São Paulo – Rio de Janeiro com conforto, luxo e requinte de lençóis de linho e chefes de cozinha assinando pratos? O transporte ferroviário é viável em quase todos os países do mundo, será que só não dá certo aqui nesta terra de pindorama?
Pesquisa recente mostra que existem cerca de 1.500 vagões sucateados e apodrecendo nos pátios e onerando empresas que transportam mercadorias, há mais de vinte anos, à espera de “inventário de material” para poder ser dado destino. Esse é um ônus governamental que obriga as empresas privadas a “cuidar” dessa sucata sem dono, herança maldita do desgoverno e da falta de políticas públicas honestas e bem direcionadas.
O último trem de passageiros, sob a responsabilidade da Cia. Vale do Rio Doce, que ainda faz viagens até Vitória, no Espírito Santo, com vagões de mais de trinta anos e precária manutenção, é do agrado dos usuários.
Assim, não podemos acreditar no verdadeiro canto de sereia que foi a promessa eleitoreira de um trem de alta velocidade ligando Rio de Janeiro a São Paulo e a Campinas. Essa foi mais uma falsa promessa do PAC, gerenciado pela Da. Dilma no governo Lula. E agora?
 Agora, danem-se. Já ganhamos as eleições!”
 
 

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

iPad nas apresentações

 
Foi com um misto de estranheza e curiosidade que no ano passado vi a notícia publicada no UOL: Lendo discurso em iPad, Gleisi se despede do Senado.

Para alguns pode parecer algo banal, mas é uma revolução estonteante. Afinal, são séculos de experiência com discursos impressos em papel. A novidade me surpreendeu. Quase sempre é assim, o novo, às vezes, provoca algum tipo de desconforto. Não chego a resistir. Pesquiso, experimento e se for bom, adoto com tranquilidade.

Esperei para ver se a moda pegava. Passado um ano, entretanto, poucos tiveram essa “ousadia”. Vi alguns casos no exterior, especialmente nos Estados Unidos, mas nada que pudesse indicar um novo hábito na forma de fazer apresentações. Afinal, temos de levar em conta que ainda estamos vivendo um processo de transição.

A notícia mais antiga que encontrei sobre o uso do IPad por uma personalidade para ler o discurso foi do Prefeito de Nova Iorque Michael Bloomberg. A notícia é de junho de 2010: Prefeito Bloomberg dispensa cartão de notas por um IPad.
Estou mencionando esses exemplos todos para mostrar que o assunto não é totalmente novo, embora o uso dos tablets para leitura de discurso ainda não tenha se alastrado.

Um leitor me consultou se poderia usar o iPad durante um discurso de formatura. Ponderei bem sobre os motivos que levariam alguém a substituir o papel pelo IPad para ler discursos em público. Relacionei alguns pontos favoráveis, outros contrários e não consegui chegar a uma conclusão para o seu caso. Para não ficar sem dar resposta eu sugeri que continuasse com o papel. A regra é simples: na dúvida, lance mão do tradicional.

Embora os tablets sejam desconfortáveis para segurar, exijam bastante traquejo de uso para não provocar insegurança no orador e possam prejudicar a concentração dos ouvintes por ainda ser novidade, não há dúvida que daqui para frente estarão cada vez mais presentes na arte de falar em público. Tirando esses inconvenientes mencionados, são muitos os benefícios.

Considere que você poderá receber discursos de última hora, mesmo que já esteja no evento, diante da plateia. Mostra atualização tecnológica. Permite a escolha do tamanho da letra de acordo com sua capacidade de visão. Possibilita a projeção de gráficos e ilustrações no momento da leitura.

Além dessas vantagens você poderá arquivar no aparelho todos os discursos para que consulte a qualquer tempo. Assim evitará repetir informações para a mesma plateia. Ficará mais simples para disponibilizar em links o texto para jornalistas ou outras pessoas interessadas.

A decisão é sua. Se você estiver acostumado a usar tablets em suas tarefas corriqueiras, provavelmente também se sentirá à vontade para ler discursos nesses aparelhos. Se, entretanto, eles constituírem novidade para você, tenha cuidado porque ler diante de uma plateia já não é tão simples, com uma preocupação adicional pode ser até embaraçoso.
 Repetimos aqui o conselho que damos em nossos treinamentos de formação de instrutores e de técnicas de apresentação. Como qualquer outro recurso de apoio, o tablet exige controle, domínio, familiaridade e, sobretudo, treino, muito treino!
 
 Bene

domingo, 28 de outubro de 2012

Habemus comarchus*




Sim, com o encerramento da votação já temos a confirmação do resultado da eleição na capital, confirmando-se as pesquisas de vitória de Haddad sobre Serra por uma diferença próxima de 10%.
Rei morto, rei posto. Não se trata mais de discutir se o Serra era melhor ou se a vitória do Haddad representa o escárnio do Zé Dirceu sobre a sociedade de bem. Passou o tempo de especular se os partidos de oposição não teriam um candidato mais simpático e capaz de vencer as eleições.
Desejo de todo o coração que o novo alcaide faça o melhor governo, assim como parece que a Da. Dilma está se esforçando para ser melhor e menos inconsequente do que seu antecessor no palácio do planalto.
Apresento as minhas condolências ao povo de São Paulo, que não soube ser digno das tradições quatrocentistas, não conseguiu explicitar seus valores e se deixou vencer pela periferia levada pelo demagógico canto de sereia do PT.
No princípio, as coisas eram diferentes. O PT original reunia intelectuais, idealistas, revolucionários, artistas e líderes sindicais, todos com discurso de moralidade, mas já com objetivos corporativos. O tempo passou. Os idealistas se decepcionaram ou foram defenestrados. A mosca azul do poder subiu à cabeça e hoje temos isso que aí está.
O sonho do führer Zé Dirceu de um Reich de Mil Anos parece estar se concretizando, graças a uma pérfida combinação de fatores.
Resumindo em poucas palavras, a grande força eleitoral do PT é uma patologia (consciente ou inconsciente) que leva milhões de pessoas de pretensa “classe média” ao sonho de um dia poder ser igual ao Lula: enriquecer em poucos anos, mesmo sendo ignorantes, desonestos, inescrupulosos, malandros, e sem necessidade de trabalhar seriamente.
Essa síndrome, num país onde os desvalidos são a maioria, elege Dilmas, Hadadds, Padilhas, Tiriricas e o cacete.
Com essa corja no poder, com o PAC, os apagões e com a escalada da violência ridicularizando uma polícia fragilizada, chego a desejar que os Maias estejam certos e que isso tudo venha a se resolver em dezembro próximo, graças a fatores naturais como a precessão dos equinócios... 

*Temos prefeito

 

CODEX 632


O romance de José Rodrigues dos Santos rebusca as misteriosas origens de Cristóvão Colombo. Ou será de Cristoforo Colombo, ou melhor, de Cristobal Colón, Cristophon Cólon, Cristóvam Colom, Christóval Cólom, Cristopher Columbus, Christophorus Colonus, ou Colona, Colonna, ou Salvador Fernandes Zarco.
Ao longo de 550 páginas, José Rodrigues dos Santos transporta-nos numa viagem à descoberta dos enigmas que rodearam a vida de “Colombo”, numa aventura plena de enigmas e a decorrer em vários locais: Lisboa, Nova Iorque, Rio de Janeiro, Gênova, Sevilha, Sintra, Jerusalém, Tomar, Londres,… Mas para além desta História, coexistem outras histórias paralelas como, por exemplo: o romance de Tomás com Lena, uma inteligente e esbelta aluna sueca; a ruptura de Tomás com Constança, sua esposa; ou ainda, a filha Margarida, com 9 anos e possuidora de Trissomia 21.
Habilmente escrito, o romance é em grande parte a reposição das teorias do historiador Mascarenhas Barreto («The Portuguese Columbus: Secret Agent of King John II», 1992) e do médico Manual Luciano da Silva, («Columbus wasn´t Columbus»,1989).
Salvador Fernandes Zarco (SFZ), primo do Rei D. João II, teria nascido em Cuba, Alentejo, em 1448, tendo partido com seis anos de idade para a Ilha do Porto Santo acompanhado pela mãe depois dela ter casado com Diogo Afonso Aguiar. Aos 14 anos iniciou a vida marítima nas caravelas portuguesas em viagens para as costas de África. Tomaria o nome Cristoforo Colombo ao entrar para os Cavaleiros de Cristo, e a troca dos nomes deu-se porque era um judeu bastardo. Mais tarde viria a casar com Filipa Moniz de Perestrelo, uma jovem nobre portuguesa, descendente de Egas Moniz e filha de Bartolomeu Perestrelo, o primeiro donatário de Porto Santo. Deste casamento nasceu um filho legítimo que foi batizado com o nome de Diogo Cólon. Em defesa desta teoria encontramos um sem número de particularidades, destacando-se:
- Cólon em grego é igual a Zarco em judaico;
- Abraão Zacuto, para além de médico do rei D. João II, era também astrônomo e foi ele que, como matemático, escreveu o "Almanach Perpetuum" e as Tábuas de Navegação que seriam usadas por “Colombo” quando fez a viagem às Caraíbas em 1492 e também pelo navegador Vasco da Gama na viagem à Índia. Refira-se ainda que foi durante a estadia de Abraão Zacuto em Tomar que se construiu a Sinagoga do Arco ou do Zarco;
- O nome dado por “Colombo” à primeira ilha descoberta foi "San Salvador" (o seu verdadeiro nome);
- À segunda ilha, “Colombo” chamou Fernandina, topônimo derivado de Fernandes (filho de Fernando), e ele era na realidade Salvador Fernandes, filho de Fernando;
- A uma outra chamou Isabela, provavelmente em homenagem a sua mãe, Isabel;
- À ilha seguinte deu o nome de Juana, quiçá se em honra do Rei D. João II, mas depois, trocou-o por Cuba, nome da sua terra natal. 

«O Codex 632» é mais um romance histórico, mas também uma obra que pretende ficcionar em torno da verdadeira missão de “Colombo”, porventura um dos segredos mais bem guardados da epopeia dos Descobrimentos portugueses. E é um livro que se lê com prazer e, sejamos francos, com certa avidez da primeira à última página. Maior mérito do seu autor.
 
Bene

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

No tempo da cavernas


No tempo das cavernas, as pessoas lutavam pela sobrevivência e disputavam espaço e alimentos com outras tribos e animais. Velhos e crianças ficavam sob os cuidados das mulheres enquanto os homens se aventuravam como caçadores ou caçados.
Nesse contexto, cada um se arranja como pode e procura manter-se no seu canto, com pouco ou nenhum contato social na pré-história.
A humanidade evoluiu, passando pela revolução agrícola com os aglomerados familiares e sociais. Nas casas, além da família do proprietário, que era o senhor, também viviam parentes, agregados e serviçais, constituindo-se verdadeiras comunidades ou clãs. Cena comum, do romantismo dos séculos XVIII e XIX, era encontramos a donzela, filha ou sobrinha, num recital de piano que enchia de orgulho seus pais e entediava a maioria dos presentes. Tudo era feito em comum.
Sobreveio a revolução industrial, dando origem ao trabalho assalariado, à produção em série e a inevitável concentração demográfica nas cidades, nascendo daí os condomínios, os apartamentos e as favelas.
A revolução da informática, na segunda metade do século XX, veio acelerar as comunicações, encurtando as distâncias e criando a realidade virtual da Internet.
O velho televisor da sala, usufruído pela família, amigos e vizinhos, foi substituído por um receptor em cada quarto. O jantar em família cedeu lugar ao fast food impessoal e individualizado.  O trabalho e a emancipação feminina, a pílula, o aumento da escolaridade, as gerações X e Y, as redes sociais, os dispositivos móveis e os horários desencontrados, levaram a uma desagregação familiar, a uma solidão em comum, onde todos estão sempre conectados, mas não se conectam pelo olhar.
Nesse contexto, cada um se arranja como pode e procura manter-se no seu canto, com pouco ou nenhum contato social na pós-história.
Parece que, em que pesem as conquistas tecnológicas, nossa capacidade de relacionamento não é melhor do que no tempo das cavernas.
 Bene

 

sábado, 13 de outubro de 2012

Cinquenta tons de cinza


Cinquenta tons de cinza (pt-Brasil) ou Cinquenta sombras de Grey (pt-Portugal) ou Fifty Shades of Grey (en) é um romance erótico bestseller da autora britânica Erika Leonard James publicado em 2011.
O primeiro livro de uma trilogia que está sendo tratado como o “pornô das mamães”, vendeu mais de 10 milhões de livros nas seis primeiras semanas. O título faz referência a um trocadilho com o nome do mestre na dominação descrito no livro, Christian, de sobrenome Grey (cinza).
Cinquenta Tons de Cinza retrata Anastasia Steele, uma virgem de 21 anos na Faculdade de Literatura que, após entrevistar Christian Grey para o jornal da faculdade, passa a ter um relacionamento com o magnata. A trama se desenrola em Seattle, e em meio ao luxo a Anastasia descobre por meio de Christian Grey o mundo do sadomasoquismo, descrito por meio “da linguagem simples dos romances baratos e do enfoque descaradamente água com açúcar da história de amor”. Anastasia se torna escrava sexual de Grey, com ricos detalhes de bondage, sadismo e masoquismo (BDSM).
Polêmico, o sucesso editorial está sendo objeto de reações desencontradas, que vão da aprovação liberal aos protestos e fogueiras dos conservadores radicais. Particularmente, depois de uma leitura feita em tres fôlegos, posso afirmar que não aprendi nada de novo com o livro “revolucionário”, quando muito, reavivei lembranças.
O grande mérito da autora foi escancarar ao grande público coisas que as pessoas (ditas normais) sempre falaram ou fizeram a portas fechadas, mas não tinham a coragem ou a liberdade de discutí-las em público. Na sociedade moderna não há mais lugar para diferentes posturas e censuras como nos tempos de Gabriela: machos (que tudo podiam), virtuosas donas de casa (que jamais sabiam de nada) e quengas (que sabiam e faziam de tudo).
No Século XXI, todos podem e devem saber de tudo, para terem a possibilidade de exercer o livre arbítrio e fazer ou deixar de fazer alguma coisa por opção consciente e disciplinada e não por ignorância ou pressão cultural, familiar ou religiosa.
 

Bene

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Lobos que alimentamos


 
 
 
 
Muito boa a história contada pelo eminente Luiz Alca de Santana em sua coluna do jornal A Tribuna no dia 12.10.2012, aludindo ao dia da criança. Pareceu-nos a tal ponto adequada, que a reproduzimos abaixo:


Numa noite de inverno em que colocava seu neto mais novo para dormir, e quando este lhe pediu que contasse uma história, um velho e perspicaz índio Cherokee falou da batalha que acontece dentro das pessoas.
“Sabe, meu neto, a batalha é sempre entre dois lobos que se encontram num lugar muito especial, numa floresta como nenhuma outra que você já possa ter visto. Um dos dois lobos é muito mau, nele se instalam a raiva, a inveja e o ciúme. Seus olhos são tristes, sente-se neles um profundo desgosto; sua postura é ressentida, possui a violência de quem se sente culpado, dos que mentem para obter vantagens.
O outro é bom, alegre, movimenta-se com leveza pela floresta, parece trazer com ele esperança, serenidade e benevolência. Seu caminhar é cheio de fé, possui verdade no olhar. Eles estão prontos para se enfrentar”.
O garoto, que ouvia interessado, ao perceber que o avô parara a história, pergunta curioso: “Mas, vovô, qual o lobo que vence?”
O índio paciente olhou para o neto com todo amor e, acariciando-lhe a cabeça, encerrou:
O que você alimenta!”
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

E o sol brilhou novamente



POLÍTICA

Passadas as eleições, com toda carga emocional que costuma afastar a necessária racionalidade para o trato de assuntos tão importantes, fui surpreendido por um fato extraordinário: o sol nasceu normalmente no dia 8 de outubro.
As urnas costumam surpreender as expectativas e não obedecer às tendências captadas pelas pesquisas eleitorais. (especialmente as eletrônicas). Caras novas aparecem, coronéis são esquecidos, o PT perde espaço enquanto a coligação que apoia o governo se mantém mais ou menos na mesma. O meteoro paulistano se apagou e a polarização ficou entre o veterano Serra (antipático, sério e de comprovada experiência) e Haddad (inexperiente, sorridente produto de Lula/Maluf & Cia).
Festas dos vencedores, choro e desculpas dos derrotados. Novas alianças e argumentos nem sempre coerentes com os da semana anterior são sacados por aqueles que foram empurrados ou conseguiram se alçar ao segundo turno.
Crimes eleitorais e comuns, sujeira nas cidades com o resíduo dos santinhos (?), retorno às atividades rotineiras, folga para os servidores que trabalharam no processo eleitoral, impugnações, crise econômica e provável condenação de caciques petista no STJ.
Lula afirmou, com a sua inconsequência de sempre, que o povo estava mais interessado em saber se o Palmeiras cairia do que no resultado do mensalão. Talvez o segundo turno nos ajude a descobrir quem tem razão.
O resultado das eleições não deve ser motivo de preocupação, se é verdade que o mundo vai acabar em dezembro de 2012”, publiquei no Facebook.
Indiferente a tudo isso, o sol brilhou novamente no dia 8 de outubro, como tem feito e fará por milhares ou milhões de anos.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A maioria das minorias


Em tempos do politicamente correto, quando causídicos, parlamentares e ONGs, sob as benesses do (des)governo discutem até a cassação de Monteiro Lobato por afirmar, pela boca da irreverente boneca Emília, que a Tia Nastácia era negra (ou não era?), gostaria de discutir um pouco a questão da ascensão das minorias.
Lembro-me de ter lido outro livro do genial Lobato em que, com fina ironia e aguçado senso político, descrevia a chegada de um afrodescendente ao cargo maior na política americana: O Presidente Negro.
Na primeira metade do século passado, quando a KKK ainda queimava impunemente descendentes de escravos nos estados sulistas, sob a benesse de uma sociedade majoritariamente branca, elitista e preconceituosa, Monteiro Lobato previu que, com o esfacelamento político da classe dominante e o consequente crescimento das minorias, alguma minoria chegaria à maioria.
Em poucas palavras, ocorreu o seguinte: Com a emancipação das mulheres brancas, elas criaram um partido e deixaram de votar nos homens. Assim, concorreram às eleições um candidato branco, do sexo masculino, uma mulher branca e um candidato negro, que venceu as eleições por ter recebido a soma dos votos dos homens e mulheres negras, que não eram tão politizadas e independentes quanto as brancas.
O mundo, consternado, tomou consciência do fato concreto de haver um descendente de escravos conquistado o cargo inequívoco de líder mundial. Obama viria cumprir a profecia lobatiana.
No Brasil de hoje, com tantas minorias recebendo quotas e privilégios governamentais, com o aparato legal defendendo os interesses legitimamente reconhecidos de afrodescendentes, asiáticos, gays, índios, minorias religiosas, políticos, quilombolas e tantas outras tipologias, desejo também reivindicar os direitos da minoria caucasiana mesocélafa.
Pela presente, ficam advertidos todos que, se em algum momento eu for chamado de branco, branquelo, ou bicho de goiaba, farei uso dos direitos que me assegura a lei que protege as minorias e buscarei imediata reparação na Justiça (que parece estar voltando à nossa terra com o processo do Mensalão no STJ).
Assim, peço que passem a se referir a mim e aos meus semelhantes como europóide ou eurodescendente.

Tenho dito!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Mensagem a Garcia


Essa história não é nova, mas parece ser cada vez mais oportuna.
Quando irrompeu a guerra entre a Espanha e os Estados Unidos, o que importava a estes era comunicar-se rapidamente com o chefe dos insurretos, Garcia, que se sabia encontrar-se em alguma fortaleza no interior do sertão cubano, mas sem que se pudesse precisar exatamente onde. Era impossível comunicar-se com ele pelo correio ou pelo telégrafo. No entanto, o Presidente [Mac Kinley] tinha que tratar de assegurar-se da sua colaboração, e isto o quanto antes. Que fazer?
Alguém lembrou ao presidente: “Há um homem chamado Rowan; e se alguma pessoa é capaz de encontrar Garcia, há de ser Rowan”.
Rowan foi trazido à presença do Presidente, que lhe confiou uma carta com a incumbência de entregá-la a Garcia. De como este homem, Rowan, tomou a carta, meteu-a num invólucro impermeável, amarrou-a sobre o peito, e, após quatro dias saltou, de um barco sem coberta, alta noite, nas costas de Cuba; de como se embrenhou no sertão, para, depois de três semanas, surgir do outro lado da ilha, tendo atravessado a pé um país hostil e entregado a carta a Garcia, são coisas que não vêm ao caso narrar aqui pormenorizadamente. O ponto que desejo frisar é este: Mac Kinley deu a Rowan uma carta para ser entregue a Garcia; Rowan pegou a carta e nem sequer perguntou: “Onde é que ele está?”
Hosana! Eis aí um homem cujo busto merecia ser fundido em bronze perene e sua estátua colocada em cada escola do país. Não é de sabedoria livresca que a juventude precisa, nem de instrução sobre isto ou aquilo. Precisa, sim, de um endurecimento das vértebras, para poder mostrar-se altiva no exercício de um cargo; para atuar com diligência, para dar conta do recado; para, em suma, levar uma mensagem a Garcia.
A civilização busca ansiosa, insistentemente, homens nestas condições. Tudo que um tal homem pedir, se lhe há de conceder. Precisa-se dele em cada cidade, em cada vila, em cada lugarejo, em cada escritório, em cada oficina, em cada loja, fábrica ou venda. O grito do mundo inteiro praticamente se resume nisso:
Precisa-se, com urgência, de um homem capaz de levar uma mensagem a Garcia.

Elbert Hubbard (22/2/1899)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Mais cidadania, menos vilania


Cidadania é:

fazer e exigir qualidade em tudo.
ter amor pelas pessoas e pela verdade.
promover a educação.
valorizar o professor.
defender a democracia.
lutar pela justiça.
trabalhar pela saúde.
promover bons transportes.
eleger bons governantes.
manter a transparência.
praticar valores.
ver, julgar e agir.
lutar contra a vilania.

Por mais de três meses mantivemos semanalmente a série ACORDA BRASIL !

Agora, é com vocês, eleitores brasileiros. Voto não tem preço, mas tem consequência.

navegandocombene.blogspot.com

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Por que os homens raramente ficam deprimidos?

·     Não engravidam.
·     Os mecânicos não mentem pra eles...
·     Nunca precisam procurar outro posto de gasolina para achar um banheiro limpo.
·     Rugas são traços de caráter...
·     Barriga é prosperidade...
·     Cabelos brancos significam charme...
·     Ninguém fica encarando os peitos deles quando estão falando.
·     Os sapatos não lhes machucam os pés.
·     As conversas ao telefone duram apenas 30 segundos.
·     Para férias de 5 dias, apenas precisam de uma mochila.
·     Se outro aparecer na mesma festa usando uma roupa igual, não há problema.
·     Cera quente não chega nem perto.
·     Ficam assistindo a TV com um amigo, em total silêncio, por muitas horas, sem ter que pensar: "Deve estar cansado de mim."
·     Se alguém se esquece de convidá-los para alguma festa, ainda assim vai continuar sendo seu amigo.
·     Sua roupa íntima custa no máximo 20 reais (em pacote de 3)
·     Três pares de sapatos são mais do que suficientes!
·     São incapazes de perceber que a roupa está amassada.
·     Seu corte de cabelo pode durar anos, aliás, décadas.
·     Meia dúzia de cervejas e um jogo de futebol na televisão são suficientes para extrema felicidade.
·     Os shoppings não fazem falta nenhuma para eles.
·     Podem deixar crescer o bigode.
·     Se um amigo chamá-lo de gordo, careca, bicha velha, etc., não abala em nada a amizade. Aliás, é prova de grande amizade.
·     Podem comprar os presentes de Natal para 25 pessoas, no dia 24 de dezembro em, no máximo, 25 minutos!!!
·     Ser homem de ser uma coisa maravilhosa, disse uma amiga.