sábado, 26 de fevereiro de 2011

Moeda

Com a possível exceção de Tio Patinhas, ninguém deseja a moeda pela moeda.

Moeda é apenas um instrumento de troca. Tecnicamente, não é um bem econômico na medida em que não satisfaz diretamente as necessidades humanas. Cercada de misticismo, cobiçada por muitos, utilizada por todos, frequentemente está associada a crimes e fraudes quando se observa alguém enriquecendo da noite para o dia.
A palavra moeda deriva do nome da deusa Juno Moneta, porque os denarius (dinheiro) da Roma antiga eram cunhados ao lado do templo da deusa.
Nos primórdios da história as diferentes necessidades eram satisfeitas através do escambo, da troca direta. Como nem sempre era fácil encontrar duas pessoas com necessidades reciprocamente coincidentes, alguns bens duráveis e de uso geral foram adquirindo naturalmente a função de intermediário das trocas. Assim nasceu a moeda mercadoria –  peixe seco, fumo, conchas, penas, bois, esposas, etc. Evoluindo para a durabilidade, homogeneidade e praticidade, chegamos à moeda metálica – ferro, bronze, cobre, prata e ouro. Consta que na China, a primeira moeda foi cunhada no século VII a.C.
Na Idade Média, aparece a moeda papel (lastro metálico = 100%), na forma de certificados de depósitos efetuados em ouro em uma cidade e resgatados junto a um ourives de outra cidade. O transporte e guarda desses papéis era muito mais prático e seguro do que as barras do metal.
Quando os ourives depositários, judeus em sua maioria, perceberam que seus estoques de metal permaneciam grandemente ociosos e apenas uma pequena parte era resgatada em espécie, passaram a emitir recibos resgatáveis, sem a efetivação de novos depósitos, dando origem ao papel moeda (lastro <100%). Esses foram os primeiros banqueiros.
Atualmente, depois que os EEUU romperam unilateralmente o acordo de Bretton Woods (1944-1998) que mantinha aquele país como depositário do lastro ouro de muitos países que se valiam do dólar americano como papel moeda internacional, deixou de existir qualquer relação entre o papel moeda emitido pelos governos e seu estoque de ouro, chegando-se à atual moeda fiduciária, que tem circulação legal forçada e depende apenas da confiança do público no sistema econômico.
As principais funções da moeda são: meio de troca, unidade de conta ou denominador comum de valores, reserva de valor no tempo e espaço, instrumento de pressão política e econômica, liberatória de dívidas.
O conceito genérico de moeda remete ao que se denomina tecnicamente de meios de pagamento: M1 = moeda em poder do público + total dos depósitos bancários à vista.
Inflação, ou aumento geral dos preços, corresponde à perda do poder de compra da unidade monetária.
Por hoje é só.
Bene

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