sexta-feira, 4 de maio de 2012

Mare nostrum

Mare nostrum ("nosso mar", em latim) era o nome dado pelos antigos romanos para o mar Mediterrâneo. Ampliando o significado para o conjunto de oceanos, que representam mais de 75% da superfície terrestre, tecemos as seguintes considerações.
O professor de climatologia na USP Ricardo Augusto Felício fez doutorado sobre a Antártida e, quando esteve no programa do Jô, afirmou com todas as letras: “o aquecimento global é uma mentira”. Segundo ele, não existem provas científicas desse fenômeno. Comentou que o nível do mar não está aumentando e que o gelo derrete sim, mas depois volta a congelar, porque esse é o seu ciclo. O professor lembrou ainda que o El Niño, um fenômeno natural, faz esse nível variar cerca de meio metro.
Destruindo mito em cima de mito, com muita segurança e simpatia, o jovem cientista explicou:
1)      Mais da metade dos cientistas do mundo, até a Perestróica e posterior queda do muro de Berlim, ficava construindo cenários para que o complexo político-econômico-militar do ocidente estivesse preparado para eventuais conflitos. Com o fim da guerra fria, continuaram construindo cenários, agora sob a ameaça do aquecimento global.
2)      Lembrou que o nome em inglês da floresta amazônica é rain forest – floresta da chuva. Portanto, a Amazônia não é o “pulmão do mundo”. A chuva não cai porque a floresta existe. A floresta existe porque a chuva cai. O clima é resultado da influência marítima.
3)      Ricardo também afirmou que o efeito estufa é uma física impossível e que a camada de ozônio é um problema que não existe. O conto do buraco na camada de ozônio, que transformou o CFC em vilão universal, coincidiu com a quebra de patentes, tornando livre e baixando o custo do gás. Os empresários lançaram no mercado o HCFC, com patentes para mais vinte e cinco anos e a um custo dez vezes superior. Para tanto, o sistema conta com o respaldo de cientistas “chapa branca” ligados a grupos empresariais, que chegaram a falsear relatórios do IPCC para defender a sua tese.
4)      A humanidade, que chegou aos 7 bilhões, vive sobre as terras emersas que são menos de ¼ da superfície terrestre e pouco pode fazer para interferir no clima global. As causas e efeitos do bicho homem serão sempre apenas locais.
Como velejador e amante das coisas do mar, acredito que é chegado o tempo de voltarmos nossos olhos para os oceanos – mare nostrum parcela maior do nosso planeta. Um olhar sem o farisaísmo do discurso da sustentabilidade ou do fundamentalismo das ONGs. Vamos fazer o que deve ser feito, apenas porque é o que deve ser feito, sem a desculpa (ou a culpa) de ter que salvar o planeta.
A Terra, que já passou por vários ciclos glaciais e de aquecimento, se basta. É tempo do ser humano pensar e agir como ser humano, fazendo e exigindo qualidade em tudo para assegurar um legado justo às próximas gerações.

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