Bombas sempre podem ser desarmadas.
Mas ninguém sabe ainda como o próximo governo, seja ele qual for, desarmará a
bomba dos preços administrados.
Nada menos que um quarto dos preços
da economia brasileira está represado por decisão do governo. Entre eles, os da
energia elétrica, dos combustíveis e dos transportes urbanos. O objetivo foi
segurar a inflação para evitar problemas políticos, especialmente em tempos de
eleição. Há entre os analistas certo consenso de que esse represamento pesa
entre 1,5 e 2,0 pontos percentuais sobre a inflação. Ou seja, não fosse essa
artificialidade, a inflação medida em 12 meses estaria acima dos 7%.
A falta de direção clara deverá
deixar o mercado financeiro descalço sobre brasas de fogueira de São João. Como
está difícil prever as trajetórias da inflação, do nível dos juros e do próprio
câmbio, também a formação dos preços financeiros futuros está sujeita a
turbulências.
Na medida em que essa falta de controle
passa a ser cada vez mais percebida pelo grande público, fica ainda mais
difícil para os governantes manter as rédeas da nação, como se pode observar
pelos protestos e manifestações, que recrudesceram em tempos de copa do mundo,
chegando a ponto de explodir em ofensas pessoais a uma presidente acuada e muda
na abertura do evento.
Analistas locais e internacionais
já começam a apostar no fim da hegemonia petista, com uma nova orientação política
e econômica para o próximo governo.
Restará o problema de desarmar a
bomba-relógio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário