segunda-feira, 16 de junho de 2014

Bomba-relógio


Bombas sempre podem ser desarmadas. Mas ninguém sabe ainda como o próximo governo, seja ele qual for, desarmará a bomba dos preços administrados.
Nada menos que um quarto dos preços da economia brasileira está represado por decisão do governo. Entre eles, os da energia elétrica, dos combustíveis e dos transportes urbanos. O objetivo foi segurar a inflação para evitar problemas políticos, especialmente em tempos de eleição. Há entre os analistas certo consenso de que esse represamento pesa entre 1,5 e 2,0 pontos percentuais sobre a inflação. Ou seja, não fosse essa artificialidade, a inflação medida em 12 meses estaria acima dos 7%.
A falta de direção clara deverá deixar o mercado financeiro descalço sobre brasas de fogueira de São João. Como está difícil prever as trajetórias da inflação, do nível dos juros e do próprio câmbio, também a formação dos preços financeiros futuros está sujeita a turbulências.
Na medida em que essa falta de controle passa a ser cada vez mais percebida pelo grande público, fica ainda mais difícil para os governantes manter as rédeas da nação, como se pode observar pelos protestos e manifestações, que recrudesceram em tempos de copa do mundo, chegando a ponto de explodir em ofensas pessoais a uma presidente acuada e muda na abertura do evento.
Analistas locais e internacionais já começam a apostar no fim da hegemonia petista, com uma nova orientação política e econômica para o próximo governo.
Restará o problema de desarmar a bomba-relógio.

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