Pureza, que se contrapõe à luxúria, é um conceito muito mais
amplo do que apenas castidade, que pode ser definido como uma opção de vida ou
de conduta ética, moral, espiritual, social, sexual, gastronômica, humana e
holística.
Para o
Cristianismo a pureza é referida como uma necessidade para a realização
plena de uma vida em comunhão com Deus e com os
semelhantes. Várias são as passagens da Bíblia que
recorrem à idéia de pureza, seja do coração, das intenções, dos pensamentos, da
vida em sociedade. Herança direta da educação asceta orientada pelos essênios a
Cristo, durante os anos de iniciação espiritual do Messias.
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Em Salmos 24:3-4: Quem
subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é
limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura
enganosamente.
·
Em Tito 1:15: Tudo é
puro para os que são puros, mas para os corrompidos e incrédulos nada é puro;
antes tanto a sua mente como a sua consciência estão contaminadas.
Na filosofia
grega pré-socrática, Parmênides de Eléia foi o primeiro a enunciar a
necessidade de princípios intelectuais puros na condução do pensamento e do
poder mental, imprescindíveis para a interação com o Uno ou Imóvel ou O Ser;
Sócrates, com a busca por um ascetismo intelectual e pela enunciação do Conhece-te
a ti mesmo, conhece a tua Alma. Platão herdou de seu mestre Sócrates o conceito de Verdade e sobre ele
elaborou uma filosofia idealista alicerçada na condutra ética da sociedade, a
qual, governada por filósofos, seria por ela orientada e com isso o Bem
seria atingido em detrimento das Trevas, metaforizada no mito da
caverna, segundo o qual a condição humana é de obscuridade. O estoicismo helenístico pregava uma vida asceta ou estóica, caracterizada pela interiorização e
relação íntima com os ditames da Natureza ou Divindade, livre de paixões,
desejos, ansiedades pessoais. O Budismo aproxima-se desse conceito quando
critica o personalismo das ações humanas ou o Ego agente, que estariam
na raiz do karma; igualmente o Nirvana é um estado de pureza espiritual,
ocasionado pelas práticas ascéticas e pela meditação.
No mundo
moderno, acreditamos que a ausência dessa virtude esteja na raiz de muitas
mazelas atuais, como o hedonismo, corrupção, impunidade, inversão de valores,
“lei de Gerson”, degradação moral, etc.
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