segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A janela, a maçã e o livro

“Três acontecimentos simultâneos, em lugares diferentes da Terra, causam comoção e preocupam cientistas e políticos dos países envolvidos. Os eventos imprevisíveis se sucedem ao redor do globo em uma rapidez inacreditável”.  (O CARDUME – Frank Schatzing).
O 50º aniversário do Luiz; a chegada do meu iPad, presente de aniversário que a Myrta e os filhos encomendaram ao Charles; e o livro emprestado pelo amigo Pestana, romance de 909 páginas escrito por, que vendeu mais de 2 milhões de exemplares só na Alemanha, também são três acontecimentos simultâneos do meu último final de semana.
No sábado, fomos a São Paulo para a comemoração do 50º aniversário do meu amigo Luiz. Como sempre, Luiz e Margareth foram anfitriões nota 10. Ambiente descontraído e uma roda de amigos simpáticos e sorridentes. A taça de prosseco não deu conta da minha ansiedade, que só acalmou quando chegaram os sobrinhos Charles e Karina. Ele, que esteve em Nova Iorque na semana anterior, trouxe o meu presente de aniversário encomendado pela Myrta, um iPad2®. Depois disso, passei a tomar refriferante, fui logo para casa e adormeci com o meu novo brinquedo nas mãos.
Depois de mais de vinte anos de fidelidade à janela de Bill Gates, estou bandeando para a maçã do Steve Jobs. Sim, apesar do meu estilo intuitivo e de gostar de mudança, também sou um pouco conservador e fiel aos hábitos e costumes. Sempre exaltei a supremacia do Windows® em detrimento das restrições dos produtos Mac®, apesar de seus inegáveis pontos positivos, particularmente na interatividade. Pois bem, em pleno clima de comoção pela morte de Steve Jobs, enquanto via meus amigos se renderem às conveniências da Apple®, ganhei um iPad2®. Foi amor à primeira vista. Intuitivo, super prático, bonito, charmoso, cheio de recursos, sem botões nem manual de instrução, foi pegar e usar, já está com upgrade do sistema OS5, claro que com alguma ajuda da Myrta, a nerd da família e piloto de iPhone4.
No domingo, quando retornamos ao Guarujá, o porteiro do edifício me entregou um exemplar do livro O Cardume, que me fora deixado por empréstimo pelo amigo Pestana. Um calhamaço de quase mil páginas, no mesmo final de semana em que minha filha vaticinou com o pragmatismo da juventude plugada: livro de papel, nunca mais, Bene.
A vocês, caros leitores, confesso que estou num dilema: desejo o novo, mas não quero deixar o antigo. Almejo o brilho da tela do tablet, mas acho que não sobreviveria sem o tato e o cheiro do papel. Entre os dois meu coração balança.
Ainda neste final de semana, aconteceram eleições na Argentina, o exame do ENEM e o empate de 1 x 1 no encontro do Corinthias e Internacional, em Porto Alegre.
Sempre haverá três acontecimentos simultâneos que podem parecer nada ter entre si, mas que fazem parte do tecido invisível que liga todas as coisas e gentes de Gaia.

Bene

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