quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Tragédia ambiental

 
Quem assiste à TV deve ter notado a substituição do noticiário policial pelas tragédias ambientais. Mais de duzentas mortes na região serrana do Rio de Janeiro. As inundações estão por toda a parte. Repetem-se neste verão o desespero da população e a incompetência das autoridades frente à violência das chuvas. São cidades e cidades inundadas. As causas apuradas são o excesso de chuvas (natureza), ocupação irregular (povo), e falta de planejamento, obras e fiscalização (governo).
Os que buscam o litoral neste período têm-se surpreendido com o número de praias impróprias para banho, dados a quantidade de coliformes fecais vivos encontrados pela Cetesb, a falta de abastecimento de água e o agravamento da situação do lixo.
A questão ambiental, ao que parece, começa a chamar mais a atenção da grande mídia à medida que se agravam os dramas humanos. Quanto às autoridades... Estas parecem não perceber que há uma nova lógica na gestão pública que precisa orientar as políticas governamentais.
A SOS Mata Atlântica mostrou que, dos 43 corpos d'água (rios e lagos) pesquisados em 12 Estados do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, nenhum possui suas águas em boas condições. O quadro é mais que preocupante: 70% estão em condições apenas regulares; 25%, ruins; 5%, péssimas.
Outra constatação é que a baixa qualidade das águas se deve mais à poluição por esgoto que por efluentes industriais. Aliás, justamente aquela de responsabilidade exclusiva do público e do setor público, que mostra capacidade reguladora inversamente proporcional a de gestora.
Com 80% da população em cidades com crise habitacional, crise de abastecimento de água e ausência de saneamento, vê-se que as políticas públicas ainda não se prepararam para a era da sustentabilidade, que já chegou.
Já passou da hora dos políticos descerem dos palanques e começarem a cumprir as suas obrigações mínimas, a fazerem aquilo para o que foram eleitos: gerir a coisa pública!

Bene

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