Comprar um barco usado é mais ou menos como comprar um carro de segunda mão. Você quer ter a certeza de que as coisas ficarão do “seu jeito”, fazendo tudo o que é necessário, útil e até voluptuário. É a velha história do “Já que...”
Assim foi também comigo, a despeito do excelente estado do Mangalarga (Atoll 23) e da brilhante conduta do ex-proprietário, que foi bastante ético e me passou bastante informação a respeito do que já fizera e do que ainda faltava fazer: pintura, toldo e a troca da bússola. Também forneceu uma relação de dicas e telefones de velaria, mecânico, eletricista, pintor, etc. Só não mencionou o tal de “tempo náutico”.
Quando você cai na mão desses profissionais, descobre o conceito dos meses reais e dos meses náuticos, que por uma razão pouco explicável valem de 2 a 10 vezes mais, dependendo de uma série de fatores, como seguem:
· Quantidade de serviços que o profissional pode pegar junto com o seu serviço (que segundo eles é infinita, mesmo que eles afirmem o contrário);
· Quantidade de chuvas durante a obra (sempre chove mais no estaleiro do que em qualquer outro lugar do planeta);
· A capacidade de enrolação e a responsabilidade do profissional contratado;
· Trabalha só três dias na semana e ainda vem com a desculpa de que a marina fecha na quarta-feira;
· A indicação de obras anteriores feitas pelo mesmo profissional na mesma marina;
· Sua sorte de proprietário amador e sua fé que um dia o barco ficará pronto;
· Sua cara de marajá, que merece ser tratado de doutor porque deve ter muita grana para ser dono de um barco assim...
Tenho velejado quase todas as semanas. Faço semestralmente a limpeza do casco e pinto com tinta venenosa uma vez por ano. Procedo ao imediato reparo assim que observo uma vela rasgada, manilha solta ou cabo desfiado. Só não entendo a razão da “to do list” só estar aumentando, na razão direta das providências tomadas!
Benê – Mangalarga
Guarujá - SP
Guarujá - SP
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