A Shell comprou a Esso. Os empresários chamam isto de "merger", fusão. Na prática, uma empresa engole a outra, absorve seus nutrientes e dispõe de modo convencional do que sobrou. Com o tempo, não pode restar memória da que foi absorvida. Assim será com a Esso: em meses, sua marca, seu símbolo e sua bandeira serão evaporados de cena, inclusive no Brasil.
A Shell pode não saber, mas a Esso acabou incorporada à cultura brasileira. Com ela, tivemos o "Repórter Esso", talvez nosso primeiro noticiário moderno e objetivo, que ia ao ar pela Rádio Nacional. Heron Domingues, seu locutor por 20 anos, era quase a voz do Brasil. Ao ouvi-lo anunciar uma "edição extraordinária", o país apurava os ouvidos.
Com o tempo, tudo muda e se acomoda. Para mim, assim como uma das maiores consultorias do mundo perdeu credibilidade e foi absorvida pela principal concorrente depois de um escândalo financeiro nos EEUU, também a Esso começou a acabar há uns anos atrás, com o desastre ecológico do naufrágio do Exxon Valdez.
Em tempos do real time da Internet e da mídia global, também não há mais espaço para o pioneiro “Repórter Esso”.
Bene
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