Na última vez que participei de uma reunião de condomínio, estiveram presentes apenas oito de 66 proprietários, sendo que alguns munidos de outras tantas procurações.
Seria de se lamentar a reduzida presença de condôminos na AGO, se isso não fosse consequência do desconforto e da esterilidade dos confrontos pessoais e gratuitos que costumam ocorrer em quase todos os condomínios. Segundo estatísticas do setor, a frequência média é da ordem de 15% dos condôminos, não importando o tamanho ou condição do prédio.
Curiosamente, a frequência costuma ser um pouco maior quando estão em pauta assuntos de interesse individual, como sorteio de vagas de garagem, por exemplo. Discussões sérias, como aprovação de contas, obras e eleições de síndico, não costumam empolgar muita gente, segundo o sindicato.
Normalmente, quem comparece são alguns amigos da situação (drivers), novos proprietários (que logo se desiludem) e a costumeira oposição sistemática de dois ou três (blockers), que são sempre os mesmos.
A grande maioria (watchers), que possui apartamento na praia para lazer e veraneio, como deve estar satisfeita e não deseja aborrecimentos, prefere abster-se de comparecer, mesmo correndo o risco de se sujeitar às medidas aprovadas por uma minoria significativa, que nem sempre aprova o que todos gostariam.
É o ônus da escolha.
Bene
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