terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Conversa para matar o tempo

Quer flua como areia ou gire sobre rodas dentro de rodas, o tempo foge irrecuperável, mesmo enquanto o observamos. Ainda quando as ampolas das ampulhetas se partem, quando a escuridão retém a sombra do relógio de sol, quando os ventos sopram tão forte que os ponteiros do relógio parecem parados, o tempo continua a passar.
Afinal, o que é o tempo?
Essa pergunta tem intrigado estudiosos, matemáticos, físicos, filósofos e curiosos ao longo da história da humanidade. Contudo, dificilmente será possível chegarmos a um consenso da definição absoluta e definitiva de tempo porque ele é, para o ser humano, apenas um evento psicológico, uma sensação derivada da transição de um movimento. O tempo, apesar de estar vinculado a eventos externos ao individuo, sempre será definido de forma idiossincrática, tanto que estudiosos conceituados ousaram sentenciar:
É o jeito que a natureza deu para não deixar que tudo acontecesse de uma vez só”. (John Wheeler).
O tempo é uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão”. (Albert Einstein).
O próprio tempo não existe no Universo. Sequer é uma dimensão. Não passa de uma criação, ou melhor, de uma percepção da consciência humana. O tempo é apenas uma relação entre dois movimentos diferentes. Uma hora, por exemplo, é 1/24 do movimento rotatório do planeta Terra girando sobre seu próprio eixo. Também é a duração de uma caminhada da minha casa até à praia vizinha. Observamos dois movimentos simultâneos, de mesma duração e não relacionados entre si. O tempo não existe, é uma criação da mente. No Universo só existem movimentos, uns vistos em relação a outros. O tempo só existe porque existem a razão e a consciência. Subtraia-se a consciência do Universo e restará apenas o movimento dos astros e o fluir de energia. O tempo é uma criação da consciência que busca entender o ciclo da vida: nascer – viver – morrer, e nos possibilita aceitar esses eventos.
Bene

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