Em tempos
do politicamente correto, quando causídicos, parlamentares e ONGs, sob as
benesses do (des)governo discutem até a cassação de Monteiro Lobato por afirmar,
pela boca da irreverente boneca Emília, que a Tia Nastácia era negra (ou não
era?), gostaria de discutir um pouco a questão da ascensão das minorias.
Lembro-me
de ter lido outro livro do genial Lobato em que, com fina ironia e aguçado
senso político, descrevia a chegada de um afrodescendente ao cargo maior na
política americana: O Presidente Negro.
Na primeira
metade do século passado, quando a KKK ainda queimava impunemente descendentes
de escravos nos estados sulistas, sob a benesse de uma sociedade
majoritariamente branca, elitista e preconceituosa, Monteiro Lobato previu que,
com o esfacelamento político da classe dominante e o consequente crescimento
das minorias, alguma minoria chegaria à maioria.
Em poucas
palavras, ocorreu o seguinte: Com a emancipação das mulheres brancas, elas
criaram um partido e deixaram de votar nos homens. Assim, concorreram às eleições
um candidato branco, do sexo masculino, uma mulher branca e um candidato negro,
que venceu as eleições por ter recebido a soma dos votos dos homens e mulheres
negras, que não eram tão politizadas e independentes quanto as brancas.
O mundo, consternado,
tomou consciência do fato concreto de haver um descendente de escravos
conquistado o cargo inequívoco de líder mundial. Obama viria cumprir a profecia
lobatiana.
No Brasil
de hoje, com tantas minorias recebendo quotas e privilégios governamentais, com
o aparato legal defendendo os interesses legitimamente reconhecidos de afrodescendentes,
asiáticos, gays, índios, minorias religiosas, políticos, quilombolas e tantas
outras tipologias, desejo também reivindicar os direitos da minoria caucasiana
mesocélafa.
Pela
presente, ficam advertidos todos que, se em algum momento eu for chamado de branco,
branquelo, ou bicho de goiaba, farei uso dos direitos que me assegura a lei que
protege as minorias e buscarei imediata reparação na Justiça (que parece estar
voltando à nossa terra com o processo do Mensalão no STJ).
Assim, peço
que passem a se referir a mim e aos meus semelhantes como europóide ou eurodescendente.
Tenho dito!
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