O
Cardume é um daqueles livros que nascem de um momento de inspiração divina, só
pode ser isso. O livro é muito, mas muito bom. É excelente. Merece nota 10. Em
qualquer estante, merece lugar de honra ao lado de outras celebridades literárias.
Frank
Schätzing não me surpreendeu, ele me encantou com essa obra monumental (não só
no formato, mas em conteúdo, principalmente). Um misto de ficção científica de
primeira linha, com drama sociocultural-ecológico, ação, terror, tragédia
ecológica em escala global, suspense, romance, espiritualidade... O livro é um
compêndio literário de ciências naturais, tecnologia moderna e um conhecimento
profundo da natureza. Só por isso, merece ser lido.
Mas
não se assustem pelo tamanho do livro. Ele vale cada página impressa e cada
centavo pago. A história engrena logo no começo, com uma narrativa fluente,
cativante, viciante. Os termos técnicos e científicos são assimiláveis, pois
são expostos de uma forma simples e bastante explícita pelo autor que não poupa
linhas para explicar cada situação em curso. Com isso, Schätzing não deixa
pontas sem nó. O livro é bem construído e a narrativa bem alicerçada. Tudo tem
fundamento e sentido, nada acontece por acontecer. Os personagens são muitos e
variados, e todos participam ativamente da narrativa. A história tem início na
costa marítima do Peru e se desdobra para Vancouver, no Canadá, e para a bacia
petrolífera da Noruega, passando pela Europa, Estados Unidos e Groelândia.
E
não é só de blábláblá científico que vive O Cardume. Nas 910 páginas do livro
tem muita informação atual sobre a natureza, principalmente sobre os oceanos e
tudo o que vive nele, mas também vai ter, em igual proporção, romance,
suspense, ação e terror em doses exatas, no tempo certo e, algumas vezes, em proporções
globais.
O
final do livro (pra dizer a verdade, o livro como um todo), é surpreendente.
Não poderíamos esperar menos. Lembrou muito o final do livro Contato, de Carl
Sagan, porém numa amplitude que aponta para a essência de Deus, numa visão tão
bela que obrigatoriamente nos faz refletir sobre a forma como olhamos para o
mundo ao nosso redor, e a forma como interagimos com o outro. Essa é apenas uma
das muitas reflexões que podemos fazer, fatalmente, ao longo da leitura desse
livro e que conduzem a uma conclusão muito particular, muito íntima.
Certamente, uma experiência única.
Os
direitos do livro já foram vendidos para Hollywood e, certamente, deverão
resultar em mais um bom filme à altura de Abismo, Contato, O Dia Depois de
Amanhã, 2012, etc.
Bene
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