terça-feira, 1 de novembro de 2011

Chegamos a sete bilhões


A população do planeta chegou a 7 bilhões no dia 31 de outubro de 2011. É claro que se trata de marca apenas simbólica, pois a ONU assegura que as estatísticas são baseadas em bancos de dados cuja precisão oscila em torno de seis meses. Assim, o terráqueo de número sete bilhões pode ter nascido na Russia, India, Tailândia, Canadá, Grécia ou Tuvalu. A julgar pelas probabilidades, o evento deve ter ocorrido abaixo do equador onde as taxas demográficas são mais dilatadas do que no chamado primeiro mundo.
Assim como o ano novo não costuma trazer mudanças significativas, também essa marca deverá cair no esquecimento e as pessoas continuarão fazendo o que sempre fizeram, da mesma forma, como se as consequências de longo prazo não tivessem a menor importância.
Nos anos oitenta, quando discutia a questão demográfica em minhas aulas de economia, na Universidade de Taubaté – UNITAU – admitindo como limite uma população mundial de 8 bilhões, costumava questionar as altas taxas de natalidade do terceiro mundo que multiplicavam a pobreza e contribuiam ainda mais para a concentração de riqueza na Europa e nos Estados Unidos.
Hoje, assistimos a decadência do sistema econômico mundial, com sucessivas crises naqueles mercados e a falência do sistema financeiro criado em Bretton Woods no final da 2ª. Guerra. Em contrapartida, temos a ascensão dos BRICS (Brasil, Russia, India, China e Singapura).
Com demagogia e assistencialismo muito se fala da fome no mundo. Bilhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e sofrem toda a sorte de privações. E não é por escassez de recursos, o problema é de distribuição desigual. A produção mundial de alimento é mais do que suficiente para saciar a humanidade com 7 ou 8 bilhões. A questão que se impõe é que os produtores não tem o objetivo e nem a obrigação de satisfazer os pobres. Eles são empresários e oferecem os recursos àqueles que possam pagar por eles. O econômico é amoral. Não podemos acusá-lo de imoral, mas também não devemos esperar filantropia.
Quem desejar salvar o mundo, sejam pais de família ou governantes de países, deve concentar seus esforços na educação, indo além da pedagogia tradicional e ultrapassando o conhecimento meramente acadêmico e investindo no desenvolvimento e capacitação do ser integral, promovendo também o aprendizado das competências não cognitivas, com as melhores práticas de cidadania e vivência de valores (princípios universais) que devem ser resgatados.
Mais importante do que dar o peixe (bolsa família) é ensinar a pescar (educação técnica e profissional), passando da dependência do assitencialismo tradicional para a autonomia do empreendedorismo adequados à era de aquário, que já chegou.

Bene

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