Meu pai faleceu há
muito tempo (e há anos, muitos, aliás) não sou mais criança. Mesmo assim, sinto
grande desejo de tê-lo ainda ao meu lado para, pelo menos, "começar o
começo" de tantas cascas duras que encontro pelo caminho. Hoje, minhas
"tangerinas" são outras. Preciso "descascar" as
dificuldades do trabalho, os obstáculos dos relacionamentos com amigos, os
problemas no núcleo familiar, o esforço diário que é a construção do casamento,
os retoques e pinceladas de sabedoria na imensa arte de viabilizar filhos
realizados e felizes. Sem contar o enfrentamento sempre tão difícil de doenças,
perdas, traumas, separações, mortes, dificuldades financeiras e, até mesmo, as
dúvidas e conflitos que nos afligem diante de decisões e desafios.
Em certas ocasiões,
minhas tangerinas transformam-se em enormes abacaxis...
Lembro-me, então,
que a segurança de ser atendido pelo papai quando lhe pedia para "começar
o começo" era o que me dava a certeza que conseguiria chegar até ao último
pedacinho da casca e saborear a fruta. O carinho e a atenção que eu recebia do
meu pai me levaram a pedir ajuda a Deus, meu Pai do Céu, que nunca morre e
sempre está ao meu lado. Meu pai terreno me ensinou que Deus, o Pai do Céu, é
eterno e que Seu amor é a garantia das nossas vitórias.
Quando a vida
parecer muito grossa e difícil, como a casca de uma tangerina para as mãos
frágeis de uma criança, lembre-se de pedir a Deus:
"Pai,
começa o começo!". Ele "começará o começo" e deixará
você resolver a situação.
Mais
uma colaboração de José Carlos Mascarenhas Pinto
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