O neurocientista Miguel Nicolelis, ele próprio um futurologista de mão cheia, só não tem paciência com um tipo de ideia futurista: a de que os computadores acabarão desenvolvendo uma mente que replicaria a do homem.
"O cérebro humano não é computável, não dá para simulá-lo com um algoritmo [lista de expressões matemáticas]", diz Nicolelis. Ele se arrisca a prever que nenhum avanço teórico ou tecnológico vai mudar isso. "É quase como a velocidade da luz na física", compara: um limite que, por definição, não pode ser ultrapassado.
Em "Muito Além do Nosso Eu", livro de divulgação científica do pesquisador que está chegando agora ao Brasil, Nicolelis explica o porquê: o cérebro, diz ele, tem um ponto de vista, diferentemente das máquinas de silício.
Para o brasileiro, o órgão cria ativamente o mundo que percebemos, em vez de recebê-lo passivamente pelos sentidos. Estaria mais para simulador de realidade virtual do que para câmera digital.
Definitivamente, cérebro eletrônico é uma expressão inadequada.
Miguel Nicolelis dará palestra em 7 cidades para marcar o lançamento de "Muito além do nosso eu": http://twitpic.com/5cxg6q
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